Bom dia, diz o dia a todos nós. Buscamos seguir caminhos distintos onde cada um busca o seu quinhão, seu pedaço de virtude, trabalho, paz, família, amigos, lazer, luta contra as intempéries. Separamos a roupa sobre a cômoda, cama, banco, cadeira e onde quer que estejamos e conforme o que temos.
Abrimos a janela olhando a promessa do dia, sol, pedindo calma no trabalho. Então, olhamos o banheiro com aquele olhar de dúvida, um silêncio sepulcral, outro mais profundo elevado aos céus, passos contados, um olhar furtivo ao espelho, barba por fazer, cabelo desgrenhado – é um banho vai me dar o que preciso…
“Ixe”. Não tem água, “@*#@#*???////” (palavrões). Volta, coloca parcialmente uma roupa e vai à rua desfazer a manobra das válvulas. Volta, abre a do chuveiro e lá vem os pingos, parecendo ácido sulfúrico de quente. Não adianta diminuir a temperatura. Desgraceira!. Agora é o banho de gato, paninho e só as partes necessárias.
Vem a pergunta na mente: onde foi agora que rompeu, estourou, quebrou, furou, danificou o cano? Temos um caminho redesenhado com remendos no asfalto. Sabemos onde cada cano, adutora (sei lá mais qual nome que se dá) rompeu, furou e etc… Mais um dia sem água e o engraçado é que virou rotina.
Verão é o consumo alto, mas falta água todos os dias. Sai o verão e a falta de água continua, todos os dias tem um cano vazando, etc…
Percebo e sei exatamente quando vai furar um cano. Sabem quando? Quando abro a válvula do chuveiro e a pressão esta alta demais, será que se perdeu o manual de operação de bombas? Será que só funciona quando dormimos e o consumo é zero? Não tem outra, saio e logo encontro uma equipe trabalhando, cavando buraco, quero dizer alargando o mesmo, correndo atrás de reparo, meio dia ou perto disto para esgotar, limpar, remendar, verificar se o remendo aguentará, para só então tampar o buraco.
Enquanto isto e tudo resolvido, percebo outra coisa: a cada vez que se remenda e ou rompe uma tubulação, é óbvio que o ar tende a ocupar seu espaço. Feito o remendo normalizado o abastecimento, este ar vai para onde? Não vejo respiros ao longo da trama de tubulações para extrair este ar. Claro, para que extrair se ele nos favorece? Tem o hidrômetro cuja função é contabilizar nosso consumo de água, este aparelho funciona apenas de um lado ou seja; tem uma marcação indicando qual lado deve seguir a linha do cano de entrada.
Se pegarmos um hidrômetro e sopramos na sua entrada verificaremos que o marcador gira rapidinho com o ar que mandamos nele, mas se virarmos e soprarmos, este mesmo marcador não gira. Se acaso houver digamos, um retorno de água da caixa numa destas faltas tão frequentes, ela se vai e não gira revertendo o que consumimos, mas o ar que existe na tubulação, cada vez que rompe, vem até o hidrômetro e registra como água consumida. Legal, né?
Não podemos colocar um suspiro para extrair o ar antes do hidrômetro, é proibido, é Lei, podemos sim fazê-lo após o mesmo. Por quê? Mistério; será mesmo?
Será que não está na hora de fazer uma reestruturação nas linhas de abastecimento, de fazer um alinhamento de faixa de trabalho na ETA? Ouço nas páginas sociais um silêncio diante destes desabastecimentos frequentes. Vejo muita pressão ideológica e pouca sobre o que está acontecendo. Por acaso, não tenho o direito de manifestar minha opinião, ou será que é só na minha residência que falta água?
Tem dia que dá a impressão que vai arrancar o chuveiro da parede, tamanha pressão. Noutro, um deserto aquático nas tubulações. Depois parece uma locomotiva expelindo ar e água sobre minha cabeça.
O prejuízo pelos danos causados pela pressão e/ou falta dela fica por minha conta, pois está dentro e depois do hidrômetro, não gasto mais na decorrência dos rompimentos, mas pago com o consumo de ar de que não preciso, queima a resistência do chuveiro, descola conexões, suja a caixa d’água com barro, lama para ser exato, então de certa forma eu pago por cada rompimento de linha.
Claro, sou leigo quanto à operacionalidade de uma ETA e sua distribuição. Sim, confesso que sou, mas sei que cada bomba tem sua faixa de trabalho no que diz a pressão, que sofre decorrente da vazão suprida. Sei também que foram deixados de herança para a ex-CASAN equipamentos capazes de abastecer todas as cidades circos-vizinhas de Imbituba, sem prejuízo da demanda desta. Sei também que podem estar obsoletas quanto a sua operacionalidade, são de certa forma antigas, então temos aí se comprovado isto, uma necessidade de investimentos na área?
Será que não está na hora ou já passou desta, de investir na reestruturação das linhas de abastecimentos? Ou o consumo de ar compensa?
Veja bem, estou criticando? Falo mentiras? Acaso deixo de mencionar o empenho das equipes de reparos? Acaso deixo de dizer que cumprem a Lei recolocando o asfalto em cada buraco feito? Fazem rápido, sim, mas está sendo uma constante. Não temos mais turistas em consumo exagerado, nem alegações de manutenções que não satisfazem o consumo adequado. O que está havendo?
Pedir desculpas e alegando normalização em tempo recorde, e quanto a nós consumidores, porque ficamos calados nesta inércia de vontades, como se não possuíssemos voz? Acaso a casa do Vereador não sofre o mesmo efeito? O próprio bairro do Senhor Prefeito sofre constantemente com a falta de vazão e ou pressão. O que fazer então? O silêncio é bom para meditar, buscar a paz interior, trazer luz sobre algo que nos agride internamente. Mas, ficarmos calados diante de tanta falta de continuidade de abastecimento é sinal de descrédito.
Somos e sou ignorante sobre meus direitos. Eu, particularmente, vou começar a aprender como levar à Câmara de Vereadores minhas reclamações sobre questões municipais, visando é claro o bem comum e o meu. Não vou aprender a fazer isto para denegrir imagem de Políticos e ou Empresas prestadoras de serviços, não, não quero isto, desejo apenas receber o que me é de direito como consumidor, afinal se não quito meus deveres com o município sou punido com multas e ou paro de receber o produto.
Tá aí uma questão a ser discutida e buscar uma solução, investimentos na recuperação das linhas de abastecimento de água para os bairros, sanado de uma vez por todas estas “inhacas” que virou rotina. Ou será preciso que cada um de nós faça uma planilha onde conste o dia e a hora, assim como o período sem água, para que seja colocado nas redes sociais ou registrado nos Órgãos Públicos ?
Vejam só a ironia: enquanto digitei este texto e o revisei, faltou água, a pressão caiu, fiquei sem banho de pressão adequada, a da caixa suprirá outras necessidades. Como dizem; É “pracabar”.