Uma Carta de Amor Querida, Assim que me vi em isolamento pensei de imediato, cortaram minhas asas, não que esteja eu impedido de sair e buscar o perfume que deixas na restinga, nas poucas flores deste outono. Ainda sei onde elas estão. Qual o caminho e como devo fazer para lá chegar?Imagino-me náufrago em uma ilha de poucos recursos, As rotas ficam além das brumas, brumas que apagam todas as luzes, cobrem todo o horizonte, fico sem meu azimute, apenas um sol opaco debruçado numa linha de água.Vem à noite e por entre as nuvens observo as estrelas, aqui elas são lindas, sem as luzes da cidade para nublar a visão, vejo cada uma delas no seu pulsar, estrelas… Imagino teus olhos, olhos cheios de saudade, saudade que se doa entre céu e mar, sereno mar em calmaria.Quando a lua cheia se dá na pequena praia entre estas duas rochas, apenas quinze passos, a areia é de conchas pontilhadas, as ondas dobram-se em espuma tão clara como a tua pele, é um convite para mergulhar e deixar-me misturar nas ardentias. Fecho meus olhos e busco-te na minha saudade.
Até mesmo aqui, coloco ao lado da fogueira duas pedras, sobre uma delas tua flor mais desejada, lírios; colhidos num pequeno lado, na parte alta desta ilha. Colho frutas, uma pequena porção do que tenho. Uma oferenda para você.Quem sabe; meu desejo e minha saudade fazem com que, mantenha tua imagem viva, como alento para minhas noites em solidão. Descrevo teu corpo, nas pequeninas flores que encontro, pontos que uno com meus beijos, até, que tenha todo teu corpo descrito.Quando amanhece, e o sol engana a noite, nascendo a leste, liberta dos juncos e gramíneas, o vapor que muitas vezes vi teu lindo corpo exalar, um olhar de ouro por entre as ramas, um sorriso de ouro por entre as rochas, um abraço de ouro no meu corpo, meu olhar se prende às ondas e nestas, teu bom dia cheio de amor.Risco nesta pedra fria os dias passados, calculo, pondero, me perco, desespero, ainda aqui sou teu menino, ainda aqui me acalmas, em ondas que se espraiam, lentamente meu sorriso raro se abre.Onde estarás? O que fazes? Sentes saudades? Choras ao lembrar-se do meu riso? Ainda guardas meu sopro no teu ouvido, quando dizia o quem mais querias ouvir?Tantas coisas mais queria dizer-te, porém, só cabe uma folha nesta garrafa, nela toda minha saudade, Oro para que se mantenha incólume até que te encontre.Preciso ser rápido, a corrente esta alinhada, o mar, meu carteiro, o horizonte e meu norte. Teu menino,
__________________________________________________________________________________SOBRE O COLUNISTA: Com 45 anos dedicados a criação de histórias e a produção de livros, Dario Cabral da Silva Neto, de 60 anos escreve poesias e se dedica ao desenvolvimento de romances. Dos 21 títulos já escritos, nove foram publicados, o mais recente “Redescobrindo a Vida”.Entre 1973 e 2000, Dario era, exclusivamente, poeta, mas em 2000, decidiu se transformar em romancista. Entre as surpreendentes obras, que são vendidas por R$ 30, estão os clássicos Catador de Sonhos, Uma Questão de Amor, A Ravina, Pétalas de Amor, O Segredo de Melissa e a Caminhada do Zé Mundão.Os livros escritos por Dario não têm foco religioso, mas trazem mensagens espiritualizadas. Para adquirir as obras de Dario basta realizar contato com o escritor pelo Messenger do Facebook (in box) ou pelo telefone (48) 999378198.