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Do fundo de seu Baú Açoriano, escritor e pesquisador Ronaldo Pires resgata os Adágios, provérbios, ditos populares, dentre outros

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Adágios, provérbios, ditos populares, dentre outros

O Baú Açoriano traz uma riqueza da comunicação e da literatura popular, os adágios, os falares, ditos populares, provérbios, dentre outros, que atualmente são do folclore, porém, ainda muito utilizados.

Faremos uma breve informação dos adágios, ditados, falares e expressões de Portugal, Ilhas dos Açores, Santa Catarina e de nossa região!

Um ditado é um aforismo conciso, memorável e geralmente filosófico que comunica uma verdade importante derivada da experiência, costume ou ambos, e que muitas pessoas consideram verdadeira e credível por causa de sua tradição longeval, ou seja, transmitida de geração em geração ou memética replicação. (Wikipedia) 

Traremos os Adágios de Portugal, que são as mais aprovadas sentenças que a experiência achou nas ações humanas, ditas em breves e elegantes palavra, um tesouro não só de sabedoria moral, mas também de todas as artes e ciências.

O  saber popular, o homem em sua existência quotidiana, as condições de vida, o sensato e o ridículo, as alegrias e as tristezas, as grandezas e as misérias, a realidade e os sonhos, a objetividade e os preconceitos.

“Antes bom rei, que boa lei”.

O mesmo homem, por vezes decifrado em provérbios geniais. Por mais diversas que sejam as épocas, as latitudes ou as tribos, sempre encontraremos, essencialmente, pesadas críticas e ironias contra o egoísmo, a avareza, a inveja, a pequenez etc. e – invariavelmente também – o louvor da generosidade, da sinceridade, da grandeza, da lealdade etc. São fatos constantes em todas as culturas.

Provérbios remetem à experiência, ao passado e podem ser classificados assim:

Antigos preconceitos

“Axa nam tem que comer, convida hóspedes”
“Da laranja e da molher, o que ella der”.

Realidade palpável

“Andava na egua e perguntava por ella”.
 “Cada hum estenda a perna ate onde tem a cuberta”.

Não se expor

“Nam sejais forneira, se tendes a cabeça de manteiga”.
“A boda nem batizado, nam vas sem ser convidado”.

Egoísmo

“Melhor é o meu que o nosso”.
“O que reparte, toma a melhor parte”.

O Avarento (Escaço), Apegos e Cobiça

“Ao avarento rico, não tem parente, nem amigo”.
“Quem muyto pede, muyto fede”.

Inveja

“Ao invejoso emmagresce-lhe o rosto e incha-lhe o olho”.
 “Pouco se estima o que tem quada (cada) vizinha”.

Desconfiança

“Na arca aberta: o justo pecca” (A ocasião faz o ladrão).
“Fazei-vos mel, comer-vos-ham as moscas”.

Dinheiro, Poder e Influência

“Dinheiro é a medida de todas as cousas”.
“A Quaresma e a cadea para pobres é feita”.

Interesses interesseiros

“Obra do comum, obra de nenhum”.
“Onde o lobo acha hum cordeiro, busca outro”.

Falar, falar, falar… – Palavras e fatos

“Carcarear e nam por (pôr) ovo”.
“Porcos com frio e homens com vinho fazem grão ruído”.

A Preguiça e suas “desculpas”

“Perdi a roqua e o fuso nam acho; três dias há que lhe ando pelo rasto”.

“Mais custa mal fazer que bem fazer”.

Fingimento, manhas, “indiretas”, verdadeiras motivações

“Lagrimas de herdeiros, risos secretos”.
“Lançar a pedra, esconder a mão”.

Incorrigibilidade – “Pau que nasce torto…”

 “O lobo perde os dentes, mas não o costume”.
 “Quem jugou, pedio, furtou; jugará, pedirá, furtará”

Qualidades positivas

“Madruga e verás: trabalha e terás”.
“O que é duro de passar, é doce de alembrar”.

Conselhos úteis

“A tua mesa, nem a alhea, nam te assentes com bexiga chea”.
“Azeite, vinho e amigo, o mais antigo”.

O sabor do saber popular

“Em tua casa nam tens sardinha e na alhea pedes galinha”.
“A má vizinha dá agulha sem linha”.

Adágio popular Açoriano

Apesar de profundo parentesco com o adagiário do continente, o popular açoriano é rico em peculiaridades, com distinções, por vezes tênues, entre ditos populares nas várias ilhas.

Esses ditos populares açorianos vêm muito naquilo que é familiar, Insular, em terras sujeitas a constantes terremotos, tem mais acuradamente o senso da percepção.

“Quem menos sabe, mais finge saber”. (Ilha de Santa Maria)
(Imagem Livro Gabriela e Mathias Funk, 2001)

Adágios adivinhos do captar meteorológico:

“Baleia no cana, terás temporal”.
“Trovão no verão, água na mão”.

De ordem moral:
“A boca que mente, mata a alma”.
“Mais vale honra do que riqueza”.

Da mesa, do alimento e da bebida:
“Sabe da panela quem mexe nela”.
“Antes um naco de pão com amor, do que galinha com dor”.

De categorias variadas:
“Bem toucada, não há mulher feia”.
“Dinheiro compra pão, não compra gratidão”.

Adágios em nosso litoral Catarinense são heranças do povoamento açoriano, que o mesmo traz de Portugal.
              

Temos alguns exemplos da linguagem cotidiana do povo da ilha. São expressões, muitas delas rimadas, trazida por seus antepassados e também criadas ao acaso, tornaram-se populares entre os habitantes da ilha servindo de alerta ou aconselhamento a quem fosse dirigido. 

“O que não mata, engorda”.
“Onde o galo canta, aí janta”.
“Quem tem de pedir aos santos, recorra a Deus”.
“Cada terra com seu uso, cada róca com seu fuso”.
“Antes pouco e certo, do que muito e duvidoso”.
“Depois do mal feito, chorar não é proveito”.
“O homem põe e Deus dispõe”. 
“Quem boa cama fizer, nela se deitará”.
“Tristezas não pagam dividas”.
“O melhor da festa é esperar por vela”.
“Galinha cega, poleiro cedo”.
“Quem muito quer saber, mexerico quer fazer”.
“Trabalha o feio para o bonito comer”.

E não poderia faltar sobre o os ditos populares em nossa região de Imbituba, trazendo os falares das antigas freguesias de nossa cidade. Sant’Anna de Villa Nova e Mirim, foram grandes palcos desses falares.

Meu avô, Vevé, Patrono da Academia Literária de Imbituba, deixou um escrito de ditos populares.

“Barco parado, não ganha frete”.
“Quem diz o que quer, ouve o que não quer”.
“Quem quer vai, quem não quer manda”.
“Não corra do bicho, sem primeiro ver o pelo”.

Porteira que passa um boi, passa uma boiada”.
“Macaco velho, não pisa em pau seco”.
“Quem ver a barba de seu vizinho arder, botem a sua de molho”.

“Duas coisas feita por metade, não vale uma só bem feita”.
“Tambor de boca, não custa a bater”.
“O direito do anzol é ser torto”.
“Quem tem rabo de palha, não se assenta  perto  de fogo”.
“Quem meu filho beija, minha boca adoça”.

“Pelo cantar do carro, dar pra ver o que vem dentro”.
“Não faca mal ao seu vizinho, que o castigo vem a caminho”.
“Pra rico ninguém deva, pra criança ninguém prometa”.

Esses falares que perpetuam de geração em geração, nos fazem, analisar, pensar e saber interpretar em nosso cotidiano. Entender que esse senso comum, de experiencias adquiridas, que cada ditado, frase instrutiva, faz ter sentido em nossos comportamentos e modo de vida que se leva.

Foto: Fachada Casa Mãe Gabriel Garcia – Vila Nova 2016

         

                 

Fontes:
http://www.hottopos.com/vdletr…
http://blog.joseeduardomartins…
Acervo particular Manoel Marcelino Pires – Vevé 2016

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