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Greve chegou a paralisar parcialmente os trabalhos na parte da tarde da terça-feira no Porto de Imbituba, apesar da decisão judicial, em caráter liminar, obtida pelo Sindicato dos Operadores Portuários

Trabalhadores portuários fazem paralisação nacional contra alterações na Lei de Portos articuladas na Câmara; greve tenta frear retirada de direitos trabalhistas

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Trabalhadores portuários de todo o Brasil entraram em greve por 12 horas na última terça-feira, em protesto contra as mudanças na Lei dos Portos (Lei 12.815/2013), como a extinção do adicional noturno e do pagamento do adicional de risco, além de permitir a terceirização de atividades, como os serviços portuários, extinguindo a exclusividade de mão de obra avulsa.

O anteprojeto de revisão da Lei dos Portos (lei 12.815 de 2013) foi aprovado nessa quarta-feira (23) pela Ceportos (Comissão de Juristas Para a Revisão Legal da Exploração de Portos e Instalações Portuárias). Agora, o relatório será encaminhado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que deverá dar continuidade à tramitação no congresso até a apreciação dos deputados federais em plenário.

A greve chegou a paralisar parcialmente os trabalhos na parte da tarde da terça-feira no Porto de Imbituba, apesar da decisão judicial, em caráter liminar, obtida pelo Sindicato dos Operadores Portuários de Imbituba, que considerou a greve em Imbituba “abusiva”, sob pena de multa diária de R$ 100 mil aos sindicatos dos trabalhadores em caso de descumprimento.

A decisão para Imbituba, semelhante a uma obtida pelas operadoras portuárias que cessou a greve no Rio de Janeiro, foi assinada pelo Desembargador Federal do Trabalho, Wanderley Godoy Júnior, ainda autorizava a utilização de mão de obra própria ou de terceiros às operadoras portuárias.

A paralisação foi coordenada pela Federação Nacional dos Portuários (FNP), Federação Nacional dos Estivadores (FNE) e pela Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios nas Atividades Portuárias (Fenccovib), que juntas representam mais de 50 mil funcionários que atuam nos principais portos do país.

Segundo o presidente da Fenccovib, Mário Teixeira, a Ceportos (Comissão de Juristas Para a Revisão Legal da Exploração de Portos e Instalações Portuárias) elaborou, na Câmara dos Deputados, um relatório com uma proposta de projeto de lei para o setor, e ele critica a composição dessa comissão.

Sob a justificativa de que a legislação já tem mais de dez anos e carece de revisão para dinamizar o setor e atrair investimentos, os juristas que compõem a Comissão focaram muitas das alterações na Lei de Portos em retrocessos contra os trabalhadores portuários, principalmente os Trabalhadores Portuários Avulsos (TPAs), autônomos organizados em cinco categorias que prestam serviços à atividade portuária no geral.

Teixeira também afirmou ainda que a categoria é contra a revogação da lei portuária atual, que envolveu todos os 151 sindicatos portuários brasileiros na mobilização, com o apoio de entidades internacionais de trabalhadores. Caso o PL avance, a paralisação deve se tornar uma greve de tempo indeterminado.

Principais pontos do anteprojeto de revisão da Lei dos Portos

Entre as principais mudanças na lei que regula a atividade econômica nos portos brasileiros está um dispositivo que permitirá ao governo proibir a privatização de “portos estratégicos“. O Ministério de Portos e Aeroportos decidirá quais são as instalações portuárias mais importantes do país, que além de vetada a concessão, terão outros benefícios como prioridade no plano de dragagens portuárias, outra novidade do texto. A definição do que poderia ser um “porto estratégico” é vaga no texto, e o mecanismo ainda deve ser aprimorado durante a tramitação no Congresso

O anteprojeto também fortalece o papel da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), que passará a ter a competência de celebrar contratos de adesão de TUPs (Terminais de Uso Privado) e estações de transbordo de cargas. O Ministério de Portos e Aeroportos ainda ficará responsável por indicar as prioridades e diretrizes das políticas públicas do setor.

As autoridades portuárias também saem fortalecidas. As entidades ficarão responsáveis pelos processos de arrendamento em seus respectivos portos públicos. Um maior papel da Antaq e das autoridades portuárias era uma demanda do setor privado, que enxerga essa manobra como uma tentativa de dar mais agilidade aos processos portuários.

O texto também cria uma câmara de autorregulação e resolução de conflitos no setor portuário, uma tentativa de encontrar soluções administrativas e minimizar a judicialização no setor. Outra novidade é o plano nacional de dragagem para incentivar o atracamento de navios maiores nos portos brasileiros, com possibilidade de financiamento pelo Fundo da Marinha Mercante.

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