A Câmara de Vereadores de Imbituba decidiu, na sessão ordinária desta segunda-feira (3), aceitar uma denúncia contra o vereador Ronaldo Gonçalves Junior, conhecido como Ronaldinho (MDB). O parlamentar é acusado de envolvimento em um esquema de corrupção na Prefeitura, e o pedido inclui a possibilidade de cassação do seu mandato.
A sessão, que durou quatro horas, gerou polêmica porque a denúncia foi protocolada minutos antes do início, não dando tempo adequado para análises mais aprofundadas, e também pelo fato de o primeiro suplente de Ronaldinho, Valdir Rodrigues, ter sido convocado, conforme precedentes da Câmara, para votar devido ao impedimento do denunciado. A votação terminou empatada, sendo desempatada pelo presidente da Câmara, Matheus Pereira, que votou a favor da admissibilidade da denúncia. Votaram contra a admissibilidade os vereadores Bruno Pacheco, Eduardo Faustina, Elísio Sgrott, Henrique Mello, Humberto dos Santos e Teko de Souza. A favor da aceitação da denúncia votaram Paulo 7, Matheus Gelinski, Darlan Back, Rafael Mello, Thiago Rosa, Valdir Rodrigues e Matheus Pereira.
Acusação e investigação
Ronaldinho, segundo vereador mais votado em 2024 com 1.156 votos, foi denunciado pelo suplente Luiz Vieira. A acusação baseia-se em um inquérito da Polícia Civil no âmbito da Operação Castelo de Areia, que investiga irregularidades na licitação e distribuição de saibro pela Prefeitura de Imbituba.
Durante a operação, um casal de empresários de Garopaba foi preso preventivamente. Ronaldinho, que anteriormente aos fatos investigados ocupou o cargo de Secretário Municipal de Infraestrutura, foi alvo de um mandado de busca e apreensão. No entanto, ao final do inquérito, o Ministério Público denunciou três pessoas – os dois empresários e o sucessor de Ronaldinho na Secretaria de Infraestrutura -, mas Ronaldinho não foi sequer indiciado.
Em sua defesa, Ronaldinho afirmou encarar a denúncia com grande indignação e classificou o caso como “perseguição política”. “Fica ainda mais claro devido ao meu afastamento do cargo ainda em abril, antes mesmo do dito contrato existir”, argumenta. O parlamentar também questionou a imparcialidade do processo: “É ainda mais estarrecedor o fato de meu suplente, totalmente interessado no ato, ser convocado a votar em meu lugar, deixando ainda mais claro o viés político envolvido em toda essa trama de mentiras”, acusa.
Próximos passos
Ao final da sessão, foi sorteada e formada uma Comissão Processante que conduzirá a investigação. Os integrantes são os vereadores Matheus Gelinski (presidente), Elísio Sgrott (relator) e Teko de Souza (membro). A Comissão irá notificar Ronaldinho, que terá um prazo de 10 dias para apresentar sua defesa prévia. O parecer final deverá ser entregue em até 90 dias, podendo resultar ou não na votação pela cassação do mandato.
“Tomarei todas as medidas cabíveis no objetivo de provar minha inocência “e reparar esse erro terrível cometido nesta primeira sessão pela casa legislativa”, adianta Ronaldinho.
Caso o mandato de Ronaldinho seja cassado, Valdir Rodrigues, seu primeiro suplente, assumirá o cargo.
Confira aqui a íntegra da 1ª Sessão Ordinária de 2025 da Câmara de Vereadores de imbituba