O mal do século XXI
A preguiça de pensar

A filosofia é baseada no ato de refletir, exercitando o pensamento para que possa chegar a conclusões. Pensamento, em sua tradução literal, significa ponderar. Logo, podemos perceber que a reflexão é ponderar sobre o certo e o errado. Mas como exercitar a reflexão se todos os dias somos bombardeados de informação? Em que toda informação é dita como correta e irredutível?

Observo que a maioria das pessoas têm preguiça de ponderar justamente por isso, para que os informantes parem de encher a paciência. Não é só por querer agilidade por conta da ansiedade, mas por não os permitirem refletir sobre o que querem pra sua vida ou não. Percebo isso em excesso na área de vendas. O que não está errado, afinal estão vendendo “o peixe deles”, sendo assim, cabe ao comprador pensar se quer ou não comprar, se precisa do produto. Inúmeras vezes eu me arrependi de ter comprado algo por pura impaciência de pensar, só que isso leva a culpa, a culpa pode levar a depressão, e depressão… Bem, vocês já sabem.
“Érika, então você está dizendo que
as pessoas estão consumistas
por conta da preguiça de pensar?”
Façamos um exercício: um vendedor, com todo seu conhecimento de marketing de vendas, chega em você e oferece o melhor produto da loja, que promete melhorar o seu humor, facilitar a sua vida – guardem esta característica – e atingir as suas expectativas. Porém, o valor é alto, podendo ser parcelado em x vezes. Mesmo não concordando com o vendedor, ele insiste e garante que o produto é o melhor do mercado. Para você se livrar do problema, você pensa rapidamente: se parcelar em tantas vezes, acho que consigo, afinal tenho dinheiro guardado… E aceita as condições, afinal não quer perder seu tempo com algo que não seja válido. Você compra o produto e é só alegria, realmente as suas expectativas foram atingidas, porém no mês seguinte acaba o gás, e aquele dinheiro que você havia guardado e acabou gastando com “o produto que facilitaria a sua vida”, você não tem mais. Chega a fase do arrependimento, você se sente culpado por ter caído na conversa de um vendedor e por não ter pensado direito nas suas escolhas, e uma coisa leva a outra, sempre te fazendo questionar a si mesmo.

O “facilitar a sua vida” é o que leva a depressão. O comodismo de não precisar se arrumar pra ir a uma pizzaria ao encomendar uma pizza, é a preguiça de pôr sua criatividade em exercício de: escolher uma roupa, pensar em caminhos para chegar à pizzaria ou escolher o sabor. Além de ser muito mais econômico. E sim, para aqueles que não tem condições financeiras para ir a uma pizzaria e até mesmo disposição por conta do trabalho diário, o delivery é uma “mão na roda”. Mas o ponto que quero provar é que a preguiça de pensar é o mal do ser humano, tanto que a filosofia é desvalorizada por quê não produz matéria física, somente conhecimento – pensamento. Mas sem a filosofia, seria muito mais complicado racionalizar essas questões do comportamento humano.

Talvez a palavra não seja consumismo, e sim imediatismo. Queremos tudo rápido demais, sempre para satisfazer o próprio Ego. Mas a vida, pelo que tenho percebido, é calma, devagar, superando fases, experienciando o bem e o mal, só que tudo no seu tempo. Atropelar as conquistas para satisfazer um prazer momentâneo e ter o nome negativado no Serasa por puro egocentrismo, sem necessidade, talvez seja a porta para o inferno – ou do diabo, para os religiosos, ou o inferno de nós mesmos, para os céticos. Vamos procurar pensar, racionalizar, ponderar mais antes de fazer e nos arrepender depois. As escolhas não precisam ser feitas imediatamente, tudo pode ser pensado para que a vida seja mais leve e divertida – e com menos dívidas!
Por conta da faculdade, estou
tendo menos tempo para me dedicar à coluna.
O prazo dos artigos, sendo assim, serão estendidos,
mas continuarei escrevendo assim que possível! Gratidão!
Sobre a Colunista

Sou Érika dos Reis Bernardes, – oiii – tenho 21 anos e sou uma “fisólofa” – isso mesmo que você leu, não é erro de digitação. Já que não tenho estudo acadêmico a ponto de filosofar como Platão, Aristóteles, entre outros filósofos, prefiro me enquadrar no senso comum de pessoas que dão pitaco em tudo.
Uma ‘jovem adolescente’ que ama estudar seu próprio comportamento e que tem prazer em filosofar sobre a vida. Passei boa parte dos meus 21 pensando e aprendendo, principalmente no período em que lutava para me recuperar de um AVC ocorrido, em 2012, assim que cheguei a Imbituba, na escola. Que me acarretou em graves limitações físicas. Tive complicações como hidrocefalia e durante anos precisei reaprender a andar e a falar.
Nas colunas abordo assuntos que mexem com a cabeça de qualquer adulto: A MENTE DE UM ADOLESCENTE E DO JOVEM. Nestes textos que escrevo semanalmente, trago a verdade nua e crua de um adolescente, mas de uma forma mais poética e dramática, típica do universo Teen. Mostro também minha visão de mundo, em relação a questões sócio culturais que nos atingem. Sem defender os jovens, mas também sem passar a mão na cabeça dos adultos.
Sim! Sou uma guria que recém saiu das fraldas que quer dar uma de “sabe tudo” no Portal! Talvez? Quem sabe? Quem sou? Pra onde vou? Quem fui?
À Flor da Pele é, com toda certeza, o sinônimo de adolescência e juventude. Hormônios, vida, arte, drama, rock’n’roll, sexo, teorias, ideologias que explodem na mente e no corpo dos jovens. Como saber lidar com tudo isso? Mostro o quão neutros precisam ser os pais nessa fase. E o quão conhecedores de si mesmos, os jovens precisam ser para passar por essa incrível saga.










