Lembranças do Canto da praia da VilaLembrar passa a ser um hábito quando estamos ficando com excesso de tempo. O Canto mudou muito. Tem estacionamento, água encanada, certa segurança, um lindo visual para quem vem de longe ou para os daqui que buscam momentos mágicos. Bom, lembro-me de como era complicado chegar lá, areia quente, cachorros da Dona Rosinha Saruga, escuridão, etc. Rosinha Saruga e seus cães Mas era outra atmosfera. O verão era verão, as ondas bem maiores, barracas enfeitando a areia da praia, pranchas cravadas na areia ou deitadas ao lado destas barracas, lindas garotas desfilando seus atributos em bronzeado perfeito, lacinho de fita fazendo a segurança dos biquínis, os rapazes com cabelo longo (o meu cacheado). Esperar vaga no cansaço dos surfistas e pedir emprestada uma prancha, outras vieram, cada uma mais esquisita que outra. Assim seguia dia a dia o verão, água clara ou escura não importava. Só de sunga, ou calção, enfrentava cada onda com certo esmero, surf clássico. Na espera destas vagas ficávamos fazendo arte, descer os depósitos de carvão com pranchas diminutas em madeira, ou o costado do morro quando começou a ser destruído para aterrar as lagoas formadas na ampliação da área portuária.
Dario Cabral da Silva Neto é poeta e escritor, natural de Imbituba, onde descobre encantos do tempo gravado nas imagens comuns, nas saudades… Em UMA COLUNA QUALQUER, Dario, que em 45 anos de dedicação à literatura tem 20 títulos escritos, sendo oito obras já publicadas, deixa claro e compartilha seu encanto por sua terra.