Nesta semana, escolhi Epígrafe, Agradecimentos e Resumo do meu TCC, que ainda acho que vale um livro no futuro, sobre a importância da Literatura na “formação” de um “identidade” latino-americana – uso as aspas porque não sei se essa “identidade”, de fato, “se formou”. Mas são caminhos para tentar entender um pouco do que aconteceu e nos trouxe aqui. Escolhi as partes fofas, porque estou mais interessado, no momento, em afeto, mas o estudo é legal. Quem sabe, um dia veja a luz do dia.
Divirtam-se com a leitura. Eu dei risada de mim mesmo.
Epígrafe
“Hay que endurancecerse, pero sin perder la ternura jamás”.
(Ernesto Rafael Guevarra de la Sierra)
“Em 1492, os nativos descobriram que eram índios, descobriram que Vivian na América, descobriram que estaban desnudos, descobriram que existia o pecado, descobriram que debían obediência a um rei, ya, uma rainha de outro mundo, ya um deus de outro céu, e que esses deuses foram inventados la culpa y el vestido y había mandado que fuera quemado vivo quien adorara al sol ya la luna ya la tierra ya la lluvia que la moja”.
(Eduardo Galeano)
Agradecimentos
É sempre desafiador para um prolixo, como eu, ser sucinto em agradecimentos, sobretudo em momentos tão importantes quanto o final de um ciclo de tantos anos. Em primeiro lugar, agradeço a Deus – Ele sabe bem a relação conflituosa que andamos tendo nos últimos anos, mas seria absurdo não admitir o tanto de forças que apareceram em meio ao nada, por diversas vezes, quando mais precisei. Só pode ter sido um “empurrãozinho” celeste.
Em seguida, à minha família: aos meus pais, Celinho e Tuca, (eu não poderia ter pedido melhores), que compraram todas as ideias loucas que eu tive nos últimos dez anos e foram sempre abrigo, quando destelhado, e colo, quando ansioso; aos três avós que já partiram, mas não poderiam faltar aqui – Umberto, Lydia e Laurindo – uma vez que jamais deixaram de rondar meus pensamentos e foram fonte de ricos ensinamentos ao longo de minha infância; à avó que ainda me dá o presente de estar comigo, Dair, sempre disposta a afagar, acariciar e, principalmente, rir ao meu lado. Aos meus irmãos, Anderson e Humberto, que foram exemplo, mesmo sem querer, desde muito cedo. Muitas das minhas conquistas foram motivadas pelo desejo de ser mais parecido com os dois.
Continuo este relato agradecendo aos amigos que me acompanharam nos últimos cinco anos: Tito e Vini, por me concederem morada, conversas definitivas e fundadoras, além de momentos de diversão; Doug, por me colocar e manter, com empregos e amizade, no caminho da educação; Evair, por ser meu editor e revisor nas horas mais improváveis; Bruno, por ter me feito lembrar o quanto esta função e este curso são importantes para mim; Luiz Mário e Jú, que foram ombro, companheirismo, merecidas pancadas e constante desafogo; Cléber, por ser mais que um chefe – um irmão de outra mãe; e Artur, pela orientação e tantos conselhos ao longo da caminhada – uma amizade que a academia me deu.
Finalizo agradecendo ao Lucas, alguém que compartilhou a vida comigo por três anos e sem o qual eu jamais teria alcançado o segundo semestre: por entender os atrasos, falta de tempo, cansaço e desânimo – y otras cositas más – muito obrigado.
Resumo
A disputa pelas narrativas que definem o que é ou o que não é a América Latina, como história, essência, em sua cultura compartilhada e aspectos particulares, existe desde a chegada dos primeiros europeus ao “Novo Mundo”. Qual a identidade da América Latina? Este embate, que ocupa também o campo da imaginação de novas possibilidades, diferentes caminhos, se desenvolve fortemente na literatura latino-americana, sobretudo no período conhecido como “Boom”, que teve início na década de 60 do século passado. Este estudo aponta algumas questões levantadas por uma seleção de autores proeminentes, sobretudo os cubanos José Lezama Lima e Severo Sarduy, que se dedicaram ao tema, assim como opiniões teóricas de escritores contemporâneos que ajudam a expandir a compreensão sobre os problemas e levantar novas questões, modernizando a discussão e encarando a história como uma realidade material em constante mutação. A novela “Aura”, de Carlos Fuentes, é o ponto de partida deste estudo.
NOTAS POSTERIORES: Acho tudo muito engraçado.
Assistam The Good Place. Estou revendo – sei lá, pela sétima vez. É engraçado e reflexivo. Tudo parece, há algum tempo, na corda bamba, por um triz. É uma obra que me faz pensar sobre nosso lugar no mundo, sobretudo a nossa relação com o outro. Indico, sempre.
Vejam o primeiro episódio de The Newsroom, com o Jeff Daniels fazendo as vias de “William Bonner” republicano. É interessante também para pensarmos o jornalismo em 2024 – já era ruim em 2013. Tá duro. Por várias razões. As pessoas não escolhem mais apenas onde se informar sobre os fatos, mas os “fatos” nos quais querem acreditar. Deus nos ajude.
O álbum da semana é Um Banda Um (1982), do Gil – produzido pelo Liminha. Um absurdo de bom, né? Dispensa comentários.
“Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: lata
Pode estar querendo dizer o incontível”
Fiquem bem e bebam água.