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Baú Açoriano: pesquisador Ronaldo Pires brinda o leitor com a Casa Açoriana e as Festividades em honra ao Divino Espírito Santo e Sant’Anna

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A Freguesia Sant”Anna de Villa Nova foi uma das mais importantes da extinta província de Santa Catarina, sendo considerada por alguns historiadores locais, como a quarta mais antiga.

Antes mesmo da chegada da grande leva dos Açorianos (1748-1756) à ilha de Santa Catarina e ao litoral catarinense, as terras de Vila Nova foram palco de grandes histórias. No entanto, tratando-se do povoamento em massa dos açorianos, que ocorreu entre os anos 1751/1752, complementando já o pequeno povoado já existente.

A freguesia Sant’Anna de Vila Nova, ao longo dos anos, foi tendo grande desenvolvimento econômico, social, religioso e cultural e com o passar do tempo foi um lugar de grandes marcos históricos no contexto da província de Santa Catarina e do Brasil.

Igreja Sant’Anna de Vila Nova. Foto: Valentim Schomeller
Igreja Sant’Anna de Vila Nova. Foto: Valentim Schomeller

A história local do litoral de Santa Catarina, com enfoque nas questões açoristas, traz para as comunidades grande riqueza de legado cultural. Diante disso, é preciso propagar essas histórias para a comunidade, escolas e visitantes do Brasil e exterior.

Com isso, deu-se início na comunidade de Vila Nova – Imbituba (SC) a Casa Açoriana Freguesia Sant’Anna de Villa Nova, que neste mês de julho completou dois anos de sua fundação.

Tudo aconteceu com um grupo de pessoas. amantes da cultura açoriana, que organizaram um espaço para que se pudesse trabalhar a história cultural do distrito de Vila Nova.

Casa Açoriana Freguesia Sant’Anna de Villa Nova  Foto: Roni Ronaldo
Casa Açoriana Freguesia Sant’Anna de Villa Nova. Foto: Roni Ronaldo

O grupo fortalecido pela AMOVILA, Associação de Moradores de Vila Nova, deram o pontapé inicial, onde caracterizaram o espaço de acordo com as manifestações folclóricas açorianas e hoje desenvolvem com a comunidade eventos, palestras, apoio a Festa do Divino Espírito Santo, oficinas, dentre outros.

A Casa Açoriana é uma instituição sem fins lucrativos que veio para agregar a comunidade local diante das suas raízes as quais por muito não se tornam esquecidas!

Uma comunidade sem história é uma comunidade sem memória.

Costumamos dizer, que o carro chefe da Casa Açoriana é o estudo e a participação do culto as festividades do Divino Espírito Santo. Manifestação de fé, tradição e cultura que percorre mais de 260 anos.

Nossa querida Sant’Anna de Villa Nova está comemorando 268 anos de festividades em honra a Sant’Anna e ao Divino Espírito Santo.

É a comunidade de fé mais antiga no sul de Santa Catarina. Os festejos em honra ao Divino e à avó de Jesus iniciam aproximadamente em abril indo até a data da festa de Sant’Ana, dia 26 de julho de cada ano.

Imagem de Sant’Anna. Foto: Roni Ronaldo

Antigamente, há uns 50 anos, a festa do Divino Espírito Santo acontecia em janeiro, e a de Sant’Ana final do mês de julho. Porém, tiveram épocas nas quais as duas festas eram realizadas juntas. Atualmente, fazem no mês de julho.

Festa do Divino Espírito Santo e Sant’Anna em 1950. Foto: Maria Aparecida Pamato Santanna

Nela, o povo se reúne para cantar e rezar em honra ao Divino e Sant’Anna, recebendo os paraninfos da noite e fazendo oferta ao Espírito Santo.

A corte Imperial é outra tradição mantida na festa do Divino de Vila Nova. A Corte é formada pelo Imperador, Imperatriz, Pajens de honra e as Daminhas com ricas indumentárias.

Existe no momento do Ofertório da Missa Festiva do Domingo “a cerimônia da coroação” do Imperador e a entrega do Cetro Imperial à Imperatriz. feita pelo Padre celebrante da Missa.

Imperador sendo coroado  Foto: Roni Ronaldo
Imperador sendo coroado. Foto: Roni Ronaldo

No momento do ofertório, a Cantoria do Divino também se faz presente com cantos repentistas em honra ao Divino. No final da Missa, a Corte instalada no Altar da Igreja, deixa o santuário e vai para o Salão de Festas acompanhada com a Cantoria do Divino.

Coroa e Cetro. Foto: Roni Ronaldo
Coroa e Cetro. Foto: Roni Ronaldo

Fato marcante para a Casa Açoriana, nos anos de 2018 e 2019 a Casa foi decorada com os símbolos da festa do Divino Espírito Santo, ficando toda preparada para receber a Imperatriz no domingo pela manhã.

Uma semana antes da missa de coroação, os cooperados da Casa Açoriana trabalham com afinco e amor para que tudo saia perfeito no dia tão esperado.

A casa fica preparada aguardando a chegada da Imperatriz. É servido café com pão de ló.

Café com pão-de-ló. Foto: Roni Ronaldo

Meia hora antes do início da missa festiva, a imagem de Sant’Anna sai da casa de um devoto da comunidade e passa na residência onde está o Imperador. Todos acompanham até a Casa Açoriana, onde a Imperatriz espera para compor a corte Imperial e saírem em procissão até a Igreja.

Casal Imperador e Casal Açoriano Foto: Roni Ronaldo
Casal Imperador e Casal Açoriano Foto: Roni Ronaldo

No ano de 2019, foi introduzido na corte imperial o casal açoriano com a bandeira original do Açores, que representa toda essa tradição trazida de alémar.

Bandeira do Açores introduzida no cortejo Foto: Roni Ronaldo
Bandeira do Açores introduzida no cortejo Foto: Roni Ronaldo

Todo esse ritual permanece nos dias de hoje. É preciso incentivo para que se mantenha essa cultura que é do nosso povo Açoriano.

Somos uma construção da história!

Autor: Ronaldo Augusto Pires – Roni

Pesquisar e Licenciado em História

Fonte: MARTINS Almir: História de Santa Catarina – Cultura e Folclore. 2003: Voxlegem

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