Sentimentos que podem ter sido estopins para várias guerras: teorias de Hitler apontam que tudo aconteceu porque ele ficou ressentido por uma judia, que o fez sofrer; teorias da Covid dizem que a China está com medo de perder o título de maior potência econômica mundial, logo mostraram quem ainda está no poder “mandando um vírus” para todo o mundo; teorias de que haverá uma guerra entre a região sul do Brasil contra o restante dos estados porque o Sul não é valorizado tanto quanto os outros, por ressentimento… Teorias e mais teorias que, colocando no dialeto popular, são fofocas. E na filosofia, pode-se dizer que é falácia. – uma mentira que quando é contada, várias e várias vezes, pode se tornar verdade. Só que essas mesmas fofocas acabam alimentando duas coisas maiores e mais fortes: a mágoa e o ressentimento.
A mágoa e o ressentimento são sensações tão fortes e tão poderosas que podem resultar em guerras, como mencionadas acima. Se alimentadas com fofocas frequentemente, a pessoa emite uma energia tão forte, que não só prejudica o outro, mas também a si mesmo. Segundo o livro Linguagem do Corpo de Cristina Cairo, – bacharel em Psicologia que aprofundou-se nos conhecimentos teológicos, medicina Oriental, física quântica, entre outras áreas do conhecimento humano – que fala sobre doenças psicossomáticas decorrente de sentimentos, rancores e pensamentos negativos, muitas doenças derivam da mágoa e do ressentimento guardado por muitos anos e que quando “explodem”, vêm em formato de doença.
Geralmente esta mágoa e ressentimento, vêm da decepção. Mais decorrente até no meio familiar em que vivemos. Quando uma pessoa se decepciona com outra, sente raiva de si mesmo por ter sido alvo fácil, mas sente mais raiva ainda porquê era uma pessoa que se sentia um afeto, uma confiança enorme. Sabe aquela coisa de criar expectativas em cima de outras pessoas? É exatamente isso. Vou fazer uma historinha para explicar melhor:
“Maria tinha uma irmã mais velha chamada Ana. E Maria a admirava muito, pois sempre teve sua irmã como uma mulher forte, destemida, que não tinha medo de nada, e sempre tomava decisões certas. Um dia, Maria escuta de uma vizinha que sua irmã estava fazendo vexame na noite anterior, no bar da esquina porque estava bêbada. Maria pensa: ‘Essa não pode ser minha irmã, ela não faria uma coisa dessas!’. Logo, Maria foi tirar satisfações com sua irmã, e quando chega na casa dela, vê a casa bagunçada e sua irmã no sofá, de ressaca. Maria sempre teve sua irmã como uma pessoa forte, mas a viu naquele estado e se decepcionou. Ela criou tanta expectativa na irmã que não a viu como uma pessoa normal que comete erros, e sim na sua irmã heroína. Sentiu raiva de si mesma por confiar em Ana, e se intrigou com ela por causa de uma fofoca que a vizinha havia contado.”
Não sou das melhores para inventar uma história, mas acho que deu de entender.
A fofoca é um alimento para esses sentimentos. Só que isso acaba gerando, acima de tudo, desamor. Sentimentos ruins de tristeza, rancor, desafeto, entre muitos outros. E isso pode gerar uma vida infeliz, sem luz e possivelmente uma doença. Sendo assim, respire. Analise bem os fatos, e – como meu querido psicólogo diz – põe nas três peneiras (parábola “As Três Peneiras”, de Sócrates):
“É verdade? Vai fazer bem para mim? Vai ser útil pra mim?” Se pra todas essas perguntas a resposta for “Talvez” ou “Não”, jogue fora o que foi dito ou, até mesmo, reflita e tire algo bom disso, desde o “Acho que não devo confiar nessa pessoa” a um “Talvez ela possa ter um pouco de razão, vou mudar meu pensamento/atitude/opinião”. Se for uma mágoa com outra pessoa, tente refletir e busque conversar com essa pessoa para que entrem num acordo e até mesmo façam as pazes, mas sem brigas ou discussões.
Uma conversa pode mudar mais as coisas do que uma discussão de dedo na cara. E acredite, todas as pessoas têm direito de errar, não importa se é filho, pai, mãe, tio, tia, irmão ou irmã… Tudo tem um porquê. Mas é melhor resolver tudo na paz e no momento, do que deixar se passar anos a fio de desconfiança e infelicidade. Até porque, vai que a pessoa que você guarda mágoa sofre um acidente amanhã, e vocês não tiveram a chance de colocar todas as cartas na mesa por causa de fofocas que causaram essas discórdias?
Eu acredito em espiritismo, e creio que viemos para esse mundo para resolver coisas que ficaram mal resolvidas no passado. Quando resolvidas, pode-se viver em paz consigo mesmo e com os outros. Então, que saibamos resolver nossas questões com as outras pessoas nessa vida, afinal ninguém pode confirmar que exista vida após a morte, né? Vai que não tenhamos a chance de viver de novo? Vamos viver essa vida com harmonia, paz no coração e na alma! Há tantas coisas boas nesse mundão afora! Vamos viver a felicidade que nos é permitida!
Sobre a Colunista
Sou Érika dos Reis Bernardes, – oiii – tenho 21 anos e sou uma “fisólofa” – isso mesmo que você leu, não é erro de digitação. Já que não tenho estudo acadêmico a ponto de filosofar como Platão, Aristóteles, entre outros filósofos, prefiro me enquadrar no senso comum de pessoas que dão pitaco em tudo.
Uma ‘jovem adolescente’ que ama estudar seu próprio comportamento e que tem prazer em filosofar sobre a vida. Passei boa parte dos meus 21 pensando e aprendendo, principalmente no período em que lutava para me recuperar de um AVC ocorrido, em 2012, assim que cheguei a Imbituba, na escola. Que me acarretou em graves limitações físicas. Tive complicações como hidrocefalia e durante anos precisei reaprender a andar e a falar.
Nas colunas abordo assuntos que mexem com a cabeça de qualquer adulto: A MENTE DE UM ADOLESCENTE E DO JOVEM. Nestes textos que escrevo semanalmente, trago a verdade nua e crua de um adolescente, mas de uma forma mais poética e dramática, típica do universo Teen. Mostro também minha visão de mundo, em relação a questões sócio culturais que nos atingem. Sem defender os jovens, mas também sem passar a mão na cabeça dos adultos.
Sim! Sou uma guria que recém saiu das fraldas que quer dar uma de “sabe tudo” no Portal! Talvez? Quem sabe? Quem sou? Pra onde vou? Quem fui?
À Flor da Pele é, com toda certeza, o sinônimo de adolescência e juventude. Hormônios, vida, arte, drama, rock’n’roll, sexo, teorias, ideologias que explodem na mente e no corpo dos jovens. Como saber lidar com tudo isso? Mostro o quão neutros precisam ser os pais nessa fase. E o quão conhecedores de si mesmos, os jovens precisam ser para passar por essa incrível saga.