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À FLOR DA PELE: Érika Bernardes traz reflexões sobre a visão contemporânea acerca da ansiedade

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Bem, até agora, já entendemos como a geração atual está viciada nos meios tecnológicos e também alguns dos muitos malefícios ao cérebro que a tecnologia pode causar, priorizando o desenvolvimento de nossas crianças. E agora, neste terceiro texto da coletânea, trarei a vocês como a maioria das pessoas enxergam a Ansiedade, o que ela é de verdade e quais as causas sociais que mais abalam a saúde mental de cada pessoa.

No Brasil, cerca de 19 milhões de pessoas sofrem de Ansiedade, sendo 3,6% do sexo masculino e 7,7% do sexo feminino, de acordo com pesquisa de setembro de 2021, feita pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Entre vários sintomas existentes física, emocional, comportamental e psicologicamente, estão os mais comuns: pensamento acelerado, medo, tremor, falta de ar, respiração ofegante, paranóias, medo irracional e tonturas. Dentro de um questionário que fiz com 10 pessoas, em minha rede social, 100% sofrem de ansiedade, 70% tomam algum tipo de remédio – natural ou controlado – e ao questionar se alguém já duvidou que a pessoa tivera ansiedade, 30% responderam quase sempre, 30% responderam algumas vezes e 40% não responderam. Neste questionário, apenas um homem respondeu – sendo que havia publicado em minha rede social, aberta ao público – podendo então, deduzir que: ou a grande maioria dos homens não tem ansiedade, ou sentem medo de expressar suas verdades a uma pessoa, ou não ligam para isso ou eu não tenho tanto engajamento em minhas redes. 

Primeiramente: a atual sociedade ainda esboça traços fortes de machismo, uma grande maioria considera homens que falam sobre ansiedade e saúde mental como fracos e sem postura, logo, grande parte dos homens tem o dever de serem fortes o tempo todo e serem mais racionais, afinal, saúde mental é coisa de mulher. Eles se sentem pressionados, o que eleva a ansiedade. E as mulheres que querem e estão se sobressaindo, inúmeros julgamentos as bombardeiam todos os dias, centenas de olhares e falas de que não vão conseguir, muitas vezes pressionam e fazem acreditar de que realmente não vão conseguir, resultando na elevação da ansiedade em um nível depressivo. Afinal, não temos a liberdade de dialogar, pensar e agir sem estar a sombra de um homem, para as pessoas nos darem razão. Logo, a primeira causa da ansiedade então: o machismo. 

Em segundo lugar, qual pessoa não se preocupa com o sustento de sua família em meio a uma crise econômica, política, social, e a que estamos vivenciando agora, mundial? Independente das opiniões, uma coisa é fato: muitas pessoas estão desempregadas, e aqueles que estão empregados, muitas vezes, se submetem a migalhas para não perder o emprego. Isso gera receio do que está por vir, logo a ansiedade e o medo do futuro está enclausurado no psicológico do trabalhador. Não é atoa que o povo brasileiro é o primeiro colocado no ranking de países mais ansiosos, nossa economia nunca nos deixa tomar um fôlego. Logo, a segunda causa da ansiedade, então: crises econômica, política e social. 

E em terceiro lugar: a autocobrança. Sou uma pessoa, e tenho o dever de acertar sempre, de ganhar sempre e de ter sucesso em todas as áreas da minha vida. Logo devo lutar para ser o melhor em tudo que faço. Não, isso não é um dever. Aquela velha história de que ‘errar é humano’, falhar é humano, nem sempre teremos sucesso e devemos aceitar isso antes que a ansiedade nos mate. Seja errando uma, duas, três ou mais vezes. É algo para nosso aprendizado, todas as experiências que vivenciamos é para nossa aprendizagem, aceite isso. Sim, a cada erro, deve se questionar: qual foi a minha responsabilidade em cima deste erro? Será mesmo que fui só eu que errei? O que posso fazer para não cometer, novamente, este erro? Mas nunca se martirize por não ter conseguido alcançar seu objetivo de primeira. Se perdoe pelos erros do passado, você não sabia tudo que sabe atualmente, não tinha a mesma visão.

Várias pessoas dizem que não devemos dar bola para a opinião alheia, não podemos viver para os outros, e sim, isto não está errado, devemos priorizar nossa saúde mental, acima de tudo. Porém esses “outros” também podem estar precisando de ajuda, fazemos parte de um todo, se você se sente mal com uma pessoa, expresse e veja o lado dela também, talvez você não seja o monstro que a ansiedade monta em sua cabeça, talvez a outra pessoa esteja passando por problemas e descontando em você. E quem sabe você não possa ajudar a resolver este problema? A ansiedade, ao meu ver, só é causada quando não resolvemos nossas pendências internas com as externas. E aqueles problemas que não podemos resolver mesmo, como exemplos: a guerra na Ucrânia ou problemas na política, se informe, claro, mas não deixe isso te afetar, se você não pode agir contra isso, não gaste sua energia. Faça aquilo que estiver a seu alcance e aceite tudo que lhe vier. É para seu aprendizado como ser humano. 

A luta para viver também gera ansiedade, mas é necessário que cada um ache uma maneira de não deixar isso dominar o próprio ser. Ansiedade a um certo nível é completamente normal e saudável, mas se começar a fazer parte da sua rotina e te impedir de fazer coisas que gosta ou que precise, pare, respire profundamente, procure uma distração saudável, se acalme, e volte a fazer o estava fazendo. E caso isso não resolva, procure um profissional e ache a raiz do problema, talvez possa ser uma falha no seu sistema cognitivo e até mesmo um trauma de infância que já havia sido esquecido. Mas não espere que a ansiedade te controle ao ponto de escolher se você deve viver ou morrer. Controlar é um ato de amor próprio, então se ame! 

Espero que tenham gostado! No próximo artigo desta coletânea,
abordarei a questão de como a mídia influencia a sua ansiedade.
Até mais!

Sobre a Colunista

Sou Érika dos Reis Bernardes, – oiii – tenho 21 anos e sou uma “fisólofa” – isso mesmo que você leu, não é erro de digitação. Já que não tenho estudo acadêmico a ponto de filosofar como Platão, Aristóteles, entre outros filósofos, prefiro me enquadrar no senso comum de pessoas que dão pitaco em tudo. 

Uma ‘jovem adolescente’ que ama estudar seu próprio comportamento e que tem prazer em filosofar sobre a vida. Passei boa parte dos meus 21 pensando e aprendendo, principalmente no período em que lutava para me recuperar de um AVC ocorrido, em 2012, assim que cheguei a Imbituba, na escola. Que me acarretou em graves limitações físicas. Tive complicações como hidrocefalia e durante anos precisei reaprender a andar e a falar. 

Nas colunas abordo assuntos que mexem com a cabeça de qualquer adulto: A MENTE DE UM ADOLESCENTE E DO JOVEM. Nestes textos que escrevo semanalmente, trago a verdade nua e crua de um adolescente, mas de uma forma mais poética e dramática, típica do universo Teen. Mostro também minha visão de mundo, em relação a questões sócio culturais que nos atingem. Sem defender os jovens, mas também sem passar a mão na cabeça dos adultos.

Sim! Sou uma guria que recém saiu das fraldas que quer dar uma de “sabe tudo” no Portal! Talvez? Quem sabe? Quem sou? Pra onde vou? Quem fui?

À Flor da Pele é, com toda certeza, o sinônimo de adolescência e juventude. Hormônios, vida, arte, drama, rock’n’roll, sexo, teorias, ideologias que explodem na mente e no corpo dos jovens. Como saber lidar com tudo isso? Mostro o quão neutros precisam ser os pais nessa fase. E o quão conhecedores de si mesmos, os jovens precisam ser para passar por essa incrível saga.

Opinião:
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal AHora

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