Amor-Próprio
Ô coisinha mais difícil para se ter né? Amor-próprio. Muitas vezes, nem percebemos que não o temos, e muitos até não ligam tanto pra isso. Mas acreditem, é possível sim não se amar, não se suportar e não lidar direito consigo mesmo. É natural. Nossa primeira e principal missão é aprender a lidar com nossos monstros internos, e isso leva uma vida inteira. E como saber que precisamos aprender a lidar com nós mesmos, se precisamos lidar com família, amigos, colegas, namorado, entre outras pessoas que nos cercam? Creio que seja pra isso que Deus criou a adolescência – ou melhor, aborrecência.
Na adolescência, entramos em nossa primeira crise existencial, quem sou neste mundo? Quem eu quero ser nesta existência? A maioria dos adolescentes – inclusive eu – já disseram: “Eu me odeio. Eu não gosto de mim”. Por estar num corpo diferente, ou numa situação ruim, e até mesmo na companhia de pessoas que querem nos controlar. Somos ensinados a dar mais importância à opinião alheia em relação a nós, do que nos analisarmos e darmos opinião sobre si mesmos. Difícil responder esse questionamento com a mais profunda honestidade, né? É preciso ter nível intermediário de autoconhecimento, olhar pra si com amor e compreensão por todos os erros que você já cometeu e se perdoar por isso, essa é a conquista que falo: Amor Próprio.
Quando chegamos a esse nível de compreensão, nada mais importa. É uma sensação de liberdade absoluta, das correntes impostas pela sociedade de que VOCÊ TEM QUE SER ASSIM, VOCÊ TEM QUE SER DE OUTRA FORMA. Não depender da resposta da amiga para fazer companhia pra você numa festa, e ir sozinha, porém feliz e em paz com isso, não é fácil. Mas acredite, é possível.
Eu sou uma pessoa que se dizia ter amor-próprio, mas sempre dependia da opinião do outro para ser feliz ou triste. Se alguém me elogiasse, eu seria uma pessoa completa. Se o carinha mais gato da escola me chamasse de orelhuda, chorava rios de lágrimas. Quando percebi isso, tive minha primeira crise de identidade. Se não sou como as pessoas falam, quem eu sou? À medida que fui me perdoando e me aceitando, percebi que a Érika é uma pessoa amorosa demais, intensa, vaidosa e completamente normal.
A partir do momento que agimos e pensamos para nós mesmos, percebemos que não somos tão horríveis como a sociedade nos diz, ou completamente legais como as pessoas nos informam. Quando conquistamos esse nível de autoconhecimento, o Universo se encarrega do resto. O céu é o limite. Você sente seu coração leve e ao mesmo tempo acelerado, ansioso para começar a viver. Essa é a fase em que você começa a criar metas de vida a curto, médio e longo prazo, e cada vez mais você sente a esperança inundar seu peito. Essa é a incrível capacidade de sentir amor por si mesmo.
Sobre a Colunista
Sou Érika dos Reis Bernardes, – oiii – tenho 21 anos e sou uma “fisólofa” – isso mesmo que você leu, não é erro de digitação. Já que não tenho estudo acadêmico a ponto de filosofar como Platão, Aristóteles, entre outros filósofos, prefiro me enquadrar no senso comum de pessoas que dão pitaco em tudo.
Uma ‘jovem adolescente’ que ama estudar seu próprio comportamento e que tem prazer em filosofar sobre a vida. Passei boa parte dos meus 21 pensando e aprendendo, principalmente no período em que lutava para me recuperar de um AVC ocorrido, em 2012, assim que cheguei a Imbituba, na escola. Que me acarretou em graves limitações físicas. Tive complicações como hidrocefalia e durante anos precisei reaprender a andar e a falar.
Nas colunas abordo assuntos que mexem com a cabeça de qualquer adulto: A MENTE DE UM ADOLESCENTE E DO JOVEM. Nestes textos que escrevo semanalmente, trago a verdade nua e crua de um adolescente, mas de uma forma mais poética e dramática, típica do universo Teen. Mostro também minha visão de mundo, em relação a questões sócio culturais que nos atingem. Sem defender os jovens, mas também sem passar a mão na cabeça dos adultos.
Sim! Sou uma guria que recém saiu das fraldas que quer dar uma de “sabe tudo” no Portal! Talvez? Quem sabe? Quem sou? Pra onde vou? Quem fui?
À Flor da Pele é, com toda certeza, o sinônimo de adolescência e juventude. Hormônios, vida, arte, drama, rock’n’roll, sexo, teorias, ideologias que explodem na mente e no corpo dos jovens. Como saber lidar com tudo isso? Mostro o quão neutros precisam ser os pais nessa fase. E o quão conhecedores de si mesmos, os jovens precisam ser para passar por essa incrível saga.