EXCLUSIVO: Presidente do Porto de Imbituba faz balanço de ano histórico e projeta metas pra 2026

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O Porto de Imbituba encerra 2025 com um balanço marcado por recordes recentes, obras simultâneas em diferentes pontos do complexo e uma projeção ambiciosa para os próximos anos: praticamente dobrar a capacidade de movimentação, saindo do patamar atual de 7 a 8 milhões de toneladas para chegar a 15 milhões.

Em entrevista exclusiva ao Portal AHora, o diretor-presidente da SCPAR Porto de Imbituba, Christiano Lopes de Oliveira, o foco do ano foi definido como “planejar e investir” para superar um gargalo que ficou evidente após o desempenho histórico de 2024.

“Ano passado a gente bateu o nosso recorde histórico, 8 milhões de toneladas, mas isso acendeu um alerta amarelo. Tivemos 92% de ocupação de cais, então a gente tinha consciência que precisa ter mais cais, expandir os nossos cais para continuar crescendo”, afirmou.

Obras até 2027 e porto operando em meio aos canteiros

Segundo Lopes, 2025 foi o ano de execução do maior pacote de intervenções em infraestrutura já vivido pelo porto, com frentes abertas nos cais 1, 2 e 3. O desafio, destaca, é manter a operação em ritmo alto com as obras acontecendo ao mesmo tempo.

“É sempre desafiador fazer a movimentação de carga com o porto em obras”, disse.

A previsão, segundo ele, é que as obras se estendam até o início de 2027, mas com impacto direto na capacidade do terminal pelos anos seguintes.

“São obras licitadas, com licença, que darão capacidade do porto de continuar crescendo pelos próximos cinco anos (…) para 15 milhões, que vai ser um resultado incrível para toda a região Sul”, completou.

Cais 3: investimento de R$ 115 milhões e ampliação para 335 metros

Um dos principais marcos do ciclo de expansão é o Cais 3, que recebe investimentos públicos totais de mais de R$ 115 milhões — sendo R$ 91 milhões em obras já em execução.

O projeto prevê recuperação e reforço estrutural, ampliação, instalação de colunas de contenção e construção de dolfins de atracação e amarração. Com isso, o cais deve passar de 200 metros operacionais para 335 metros operacionais.

A autoridade portuária também prevê, para 2026, contratação de dragagem e derrocagem para aprofundamento do Cais 3. A execução deve ocorrer durante a paralisação das operações no local, entre dezembro de 2026 e março de 2027.

Intervenções nos cais 1 e 2 somam R$ 15 milhões

Além do Cais 3, o porto avança com obras no Cais 2, incluindo a instalação de um novo dolfim de amarração. Somadas à derrocagem no Cais 1, as intervenções chegam a R$ 15 milhões em investimentos públicos.

A expectativa é que os dois berços, com as melhorias, passem a permitir atendimento de até quatro navios simultaneamente, ampliando a eficiência operacional.

Navios maiores e 40 manobras experimentais autorizadas pela Marinha

Outro ponto citado como decisivo em 2025 foi a autorização estratégica da Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos de Santa Catarina, para 40 manobras experimentais com navios porta-contêineres de até 366 metros de LOA (comprimento total).

Na avaliação do secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias de SC, Beto Martins, o desempenho do porto reflete disciplina operacional e investimentos.

— “Uma operação disciplinada, equipes altamente qualificadas e investimentos que modernizam todo o complexo portuário, ampliando a competitividade e a sustentabilidade das operações”, afirmou.

Unificação com Laguna e reforço em rotas marítimas

Em 2025, foi assinado um novo Convênio de Delegação entre União, Estado e SCPAR Porto de Imbituba, oficializando a unificação das administrações e da exploração dos portos de Imbituba e Laguna por 25 anos.

No campo logístico, o porto adicionou ao portfólio a linha marítima semanal Puma, que se soma às rotas Brazex e ALCT-2, ampliando conexões entre Uruguai, Nordeste e mercados da Ásia.

Veja um trecho da entrevista

Datacenter de R$ 8,5 milhões e números de carga até outubro

A modernização tecnológica também avançou com a inauguração de um novo datacenter, com investimento de R$ 8,5 milhões, voltado a ampliar processamento e armazenamento de dados em tempo real.

Nos resultados operacionais, o porto registrou, entre janeiro e outubro, movimentação de 6,17 milhões de toneladas e 268 atracações. Outubro foi o mês mais movimentado, com 714,7 mil toneladas e 27 navios atendidos.

No período:

  • Exportações: 2,53 milhões de toneladas (destaque para coque calcinado, coque não calcinado e farelo de milho)
  • Importações: 2,86 milhões de toneladas (alta de 2,5% sobre 2024 no recorte), com hulha betuminosa, sal e insumos industriais
  • Cabotagem: 547,3 mil toneladas embarcadas e 136,8 mil desembarcadas
  • Transbordo: alta de 113,1% em comparação ao ano anterior
  • Granéis sólidos: 77,8% da movimentação
  • Carga conteinerizada: 17,3% (mais de 1,06 milhão de toneladas)
  • Comércio exterior: mais de US$ 1,44 bilhão no acumulado

A expectativa do porto é ultrapassar 7 milhões de toneladas no ano.

Porto-cidade: patrocínios sobem e repasses para acessos chegam a R$ 31 milhões

Além das obras internas, o porto destacou o fortalecimento da relação com a cidade. Christiano Lopes afirmou que os investimentos diretos em patrocínios culturais, esportivos e educacionais cresceram nos últimos anos.

— “Em 2022 o porto investiu menos de 100 mil reais com relação da cidade (…) em 2024 foram 571 mil reais. Esse ano nós vamos passar de 700 mil reais”, disse.

O presidente também citou repasses para obras viárias executadas pela prefeitura:

  • R$ 17 milhões para revitalização e reestruturação do acesso sul
  • R$ 14 milhões para obras no acesso norte, incluindo troca de lombadas físicas por eletrônicas, drenagem da região da Cancha e recuperação de asfalto até o trevo

Segundo Lopes, esse pacote foi possível porque o governo do estado abriu mão de recolher dividendos do porto para que os recursos permanecessem no complexo portuário.

“O governador Jorginho Mello abriu mão de que os dividendos (…) subissem para Florianópolis e ficassem aqui no porto para a gente fazer as obras”, afirmou.

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