Por Daniel Luiz Miranda
A edição de 2022 do Citadino de Futsal de Imbituba tem um novo campeão: o Exército Esporte Clube. Com campanha invicta, após 7 anos de participação, o sonho do presidente Matheus Gelinski, finalmente, se concretizou. Na primeira fase do campeonato, em divisão por grupos, foram dois empates e três vitórias, o que concedeu à equipe a segunda colocação.
Após um início mais lento, com dois empates, contra NB Futsal, adversário da equipe na final, e Fluzimba, a equipe engrenou oito vitórias seguidas para alcançar o tão desejado espaço na história do esporte imbitubense. Ao total, foram 44 gols marcados e 23 sofridos, passando também por Nostra Bella e Vila Nova nas eliminatórias, até vencer os dois jogos do clássico contra a equipe de Nova Brasília: 5×3, de virada, na primeira partida, e 6×3, com amplo domínio, na segunda.
O melhor jogador do campeonato e o craque da final defendem as cores do Exército: o ala-esquerda João Otávio “Massarico” e o goleiro Lucas Tim, respectivamente. Patrick Bello, um dos maiores nomes do futsal de Santa Catarina, agora 11 vezes campeão municipal, foi o artilheiro da equipe, com 20 gols, apenas dois a menos que o goleador do campeonato, o ala-direita Juninho, do Unidos NB.
Assista ao segundo jogo da grande final do Citadino 2022, que deu o primeiro título ao Exército Esporte Clube
Uma das decisões chave para a conquista do verde-negro foi a contratação do treinador tubaronense Rodrigo Menegaz, multicampeão como goleiro de futsal no Sul do país. Nessa segunda-feira (6), Menegaz conversou com o Portal AHora sobre o título, sua experiência vencedora e a expectativa para os próximos anos no esporte regional. De personalidade irrequieta e com perfil participativo à beira da quadra, mas sereno e pensativo ao conversar, o técnico colocou toda a sua energia nas instruções durante os jogos no Ginásio de Esportes Olivar Francisco, por vezes, como ele mesmo brinca, quase pedindo para jogar.
Confira, na íntegra, a entrevista concedida por Rodrigo Menegaz, técnico campeão da edição de 2022 do Citadino de Imbituba, ao Portal AHora
AHora – Primeiramente, parabéns pelo título! A pergunta inicial não pode ser diferente: você foi o escolhido pelo Matheus para trazer o primeiro título para o Exército. E trouxe. Por quê? Por que vocês foram campeões do Citadino de 2022?
Menegaz – Bom vamos lá, agradeço pelo “parabéns”. O Exército foi a última equipe pela qual joguei em Imbituba e tenho um carinho especial pelo time, por isso é que foi mais uma pequena pressão (Bello, Massa e Picolé – risos). Resolvi assumir e viver esta experiência. Sobre porque fomos campeões, tenho certeza de que foi a evolução do time, jogo a jogo. As peças foram entendendo o que fazer para melhorar o jogo “coletivo”, porque eu sabia que individual tínhamos de sobra.
AHora – Quem acompanhou os jogos do Exército ao longo do campeonato viu que o seu estilo em quadra é o “joga junto”. Não deve ter sentado por um minuto ao longo do campeonato. Como que essa postura influencia na atitude da equipe em quadra, principalmente na dinâmica de “morder” o adversário?
Menegaz – Ficar sentado é impossível, pois acredito que o jogo é resolvido em detalhes e, sendo assim, sou aquele que não pode deixar que eles se desliguem, nem por um segundo. Isso já acontecia quando estava em quadra, imagina agora, só analisando.
AHora – Os atletas titulares do Exército, do goleiro ao ala-esquerda, fizeram o campeonato que se esperava deles, pelo nível técnico e experiência. Tim, Bello, Picolé e “Massarico”. A surpresa foi um jogador como o Rafa, que tem DNA do Exército, mas é fixo de origem (zagueiro, no campo) aparecendo de pivô e marcando gols importantes, inclusive nas duas finais. Como que veio essa ideia, uma vez que vocês perderam algumas opções para a posição logo antes do início do campeonato?
Menegaz – Na verdade, não participei da montagem do time, cheguei duas semanas antes do início do Citadino, com elenco fechado. Pedi para Matheus pelo menos dois treinos para ver todos os jogadores e, assim, fazer minhas opções. No treino, tínhamos muitas opções. O problema é que alguns não estavam jogando com frequência, outros acima do peso e até lesionados. Como tenho umas convicções comigo – não posso revelar (risos) – fiz alguns treinos para ver algumas qualidades desconhecidas, talvez até mesmo por eles. Foi aí que achei no Rafa uma qualidade de marcação de saída de bola e de recomposição que precisava em determinado tempo dos jogos. Depois, foi só ajudar a posicionar em quadra. Levamos um pouco de azar com a perda ao longo do campeonato do Zé, do Douglas e, depois, do Marcinho, que são pivôs de ofício.
AHora – Para encerrar, vamos falar de 2023. Já tem conversa? Existe um plano para você participar da busca pelo bicampeonato?
Menegaz – Sobre 2023, não tenho nada conversado. Única coisa que penso é pegar um campeonato só, não como quando jogava, vários ao mesmo tempo, pois ser treinador exige dedicação, tempo e estudo. Sou cara muito dedicado e quando entro em algo é de cabeça, por isso, caso eu volte a ser técnico, será um time por vez.
AHora – Deixo esse espaço aqui para você mandar a sua mensagem livre para a torcida, diretoria e atletas do Exército e falar sobre o que é o Citadino de Imbituba para você.
Menegaz – Gostaria de agradecer à diretoria, à comissão e à torcida por todo empenho e dedicação. Em especial, aos atletas, porque foram extremamente competentes e inteligentes com nossa mudança de jogo. Começamos jogando de um jeito e saímos de outro, maduro, sem riscos e com muita qualidade. Falei no vestiário pra eles: a evolução dos jogadores do Exército foi incrível e tenho certeza em dizer que teremos mais “Bellos” representando Imbituba pela região, jogando futsal com qualidade e inteligência. Também parabenizo a você e à equipe do Portal AHora pela excelente cobertura do Citadino. Estendo o parabéns à organização do campeonato e a todos envolvidos. Posso, com certeza, afirmar, até pela quantidade de campeonatos que já joguei, que Imbituba, hoje, tem um dos melhores campeonatos para se jogar.
Foto de capa: Israel Costa