Pela primeira vez na história do país o Censo 2022, cujo resultado foi ao ar na sexta-feira passada (03), investigou a população quilombola do Brasil e suas características demográficas e socioeconômicas, para aprofundar o conhecimento e orientar políticas públicas.
“Essa divulgação inaugura toda uma linha de dados e informações inéditas sobre a população quilombola, abrindo uma série de possibilidades no campo da Demografia, da Antropologia e da própria Geografia. É uma publicação importantíssima para políticas públicas de direitos humanos básicos, pois permite conhecer uma realidade que, até agora, era totalmente desconhecida sobre a população quilombola”, destaca Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais.
O “Censo Demográfico 2022: Quilombolas e Indígenas, por sexo e idade, segundo recortes territoriais específicos: Resultados do universo” trouxe informações referentes à estrutura etária e perfil de sexo da população quilombola e da população indígena. A divulgação conta com o apoio do Ministério da Igualdade Racial.
Segundo o Censo, das 1,3 milhão de pessoas quilombolas no Brasil, cerca de 24,7% tinham de 15 a 29 anos de idade, grupo de idade predominante nessa população. Para efeitos de comparação, na população total residente no Brasil, predominavam as pessoas de 30 e 44 anos, com 23,5%. Ainda entre os quilombolas, o segundo grupo com maior peso era o de zero a 14 anos de idade (23,7%), seguido pelo de 30 a 44 anos (21,9%). Ao todo, quase metade (48,4%) dos quilombolas tinham até 29 anos de idade em 2022. Já a idade mediana dos quilombolas foi de 31 anos de idade, abaixo da idade mediana da população total residente no Brasil, de 35 anos de idade
No recorte de sexo, houve uma diferença mínima de 520 homens: 665,3 mil contra 664,8 mil mulheres. Dessa forma, a razão de sexo da população quilombola foi de 100,08, ou seja, em 2022, havia 100 homens para cada 100 mulheres. No total para o país, a razão era de 94,2 homens para cada 100 mulheres.
Essas e outras informações fazem parte da divulgação, que contempla informações referentes à estrutura etária e perfil de sexo da população quilombola e da população indígena, apresentadas na última sexta-feira(03/05), a partir das 10h, em evento realizado na Comunidade Quilombola Campinho da Independência, em Paraty (RJ), e transmitido pelo IBGE digital. A pesquisa completa pode ser acessada no portal do IBGE e em plataformas como o SIDRA, além do Panorama do Censo e da Plataforma Geográfica Interativa (PGI), onde também poderão ser visualizados por meio de mapas interativos.
Os resultados para a população indígena podem ser acessados clicando neste link.
Marta afirma que perfil etário mais jovem do que o total da população era uma hipótese que já existia entre os pesquisadores e as organizações quilombolas, mas ressalta que a informação oficial em âmbito nacional inexistia.
As pessoas com 60 anos ou mais eram 13,0% da população quilombola, um percentual menor do que esse grupo no total de pessoas residentes no Brasil, que era de 15,8%.

Os dados são disponibilizados para Brasil, Grandes Regiões, Estados, Municípios, Amazônia Legal, Amazônia Legal por Unidade da Federação, Território Quilombola oficialmente delimitado, Território Quilombola oficialmente delimitado por Unidade da Federação, Terra Indígena e Terra Indígena por Unidade da Federação.
Os primeiros resultados do Censo Demográfico 2022 para quilombolas foram divulgados em julho de 2023 e podem ser consultados na Agência IBGE Notícias.
SAIBA MAIS DADOS DO CENSO EM RELAÇÃO À POPULAÇÃO QUILOMBOLA
- Em 2022, a idade mediana dos quilombolas era de 31 anos, abaixo da população total residente no Brasil, de 35 anos;
- A menor idade mediana dos quilombolas se encontra no Norte (26 anos), seguido pelo Nordeste (31 anos). Esta última concentra 68,1% da população quilombola residente.
- O percentual de quilombolas com até 29 anos em territórios oficialmente delimitados é 52,6%, enquanto os idosos com 60 anos ou mais participam com 11,9%.
- Já a razão de sexo do grupo quilombola foi 100,08, o que significa 100 homens para 100 mulheres, enquanto na população total, eram 94,2 homens para cada 100 mulheres;
- Pouco menos da metade (48,44%) da população quilombola tinha até 29 anos de idade, com o maior percentual no grupo de 15 a 29 anos de idade (24,75%), seguido do grupo de zero a 14 anos de idade (23,69%) e do grupo de 30 a 44 anos de idade (21,92%);
- O percentual de idosos (60 anos ou mais) era 13,03%, abaixo dos 15,81% da população total residente.
PARA MAIS INFORMAÇÕES, ACESSE O SITE DA AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DO IBGE.