Muitos ficaram sem palavras para descrever este evento, que mais uma vez, se tornou um marco no surf catarinense. O encontro de alguns dos maiores responsáveis pela história do surf no estado num só lugar, o P12, em Jurere Internacional, em Florianópolis, no último dia 2 de dezembro. O reconhecimento da importância de cada um, e a intenção de manter viva a memória de todos estes mais de 50 anos do esporte no sul do país.
Foi uma tarde de gala – o Surfestival teve início as 3 horas da tarde -, onde mais uma semente foi plantada em meio às duvidas do surf brasileiro, neste esporte que aproxima e inclui gerações dentro e fora d’água, que usa e trata a natureza como bem mais importante, que exala água salgada dos poros de quem sente e entende sua vibração.
Lembrava um grande festival de surf, mas sem baterias ou campeonato, um mar clássico quebrando para mostrar às novas gerações a importância de se preservar viva a memória do surf no estado. Tantas histórias, contos, passagens, lembranças, regados a lançamentos, possibilidades, reencontros, e saber que mesmo com as adversidades, o surf ainda faz parte da vida dos que o amam.
Velha guarda muito bem representada no Surfestival
A declaração abaixo foi feita por Claudia Cargnin, esposa de um dos maiores ícones do surf catarinense, o lendário Bita Pereira, e resume bem o que foi o Surfestival, em Florianópolis.
“Hoje o nosso coração viajou décadas em cada abraço, em cada sorriso emocionando, em lembranças, em pessoas que já partiram e em homenagens significativas.
Cenas perdidas na memória de estar cedinho na praia, levar sanduíche para a equipe, notas por cada onda em uma prancheta, pranchas do patrocinador Tropical Brasil, caixas de roupas da Tiki, galera comendo lá em casa depois do surf, evangelismo nos Atletas de Cristo, reuniões nos campeonatos… amigos que a distância não separou… e o sorriso largo de quem conhece pensamentos já trazem à boca o dialeto da época que foi, mas é….
Gratos ao Maurio Borges pela persistência, determinação e carinho reunindo tanta gente querida.”
Imbitubense e Imbituba entre as homenagens
O Surfista imbitubense, Paulo Séfton, recebeu a honraria por ter sido um dos pioneiros do surf catarinense, ao chegar com sua família em meados da década de 60 a Imbituba. Além dele, os eventos WCT’s ocorridos em Imbituba entre 2003 e 2010 também foram lembrados e o ex-presidente da Fecasurf – Federação Catarinense de Surf – e atual Manager da WSL – World Surf League – na América do Sul, recebeu o troféu por ter estado a frente do evento.
Troféus do Surfestival e do 1º Prêmio do Surf Catarinense
Os troféus do SRF – Surfestival -, produzidos pela artista de Imbituba, Liz Panek, e do 1º Prêmio do Surfe Catarinense, feitos em aço escovado em imagens do fotógrafo Marcio David, convidado dessa edição para expor o seu trabalho, que teve também exposição das pranchas SRS do shaper Rodrigo Silva e das pranchas de cortiça e madeira, dos talentosos irmãos Siebert.
Surfestival Partidas: Sidnei Santos, o Magal entre os homenageados. Ricardinho dos Santos lembrado..
A homenagem feita a alguns surfistas que já nos deixaram foi um dos pontos mais emocionantes do Surfestival, neste sábado (02) em Florianópolis. Entre os homenageados, Toló, Wanderbil, Fábio Bola, Marcos Bicudo, Ledo, Jean da Silva, Ricardinho dos Santos, Tomazinho – de Laguna – e o imbitubense Sidnei Santos, o ‘Magal’, figura comum e ferrenho competidor nos campeonatos de surf nas décadas de 80 e 90, que faleceu em 2015.
E o ponto mais marcante da homenagem foi a presença da mãe de Ricardinho dos Santos, Luciane dos Santos, que ficou embevecida e emocionada com a homenagem feita a todos os que partiram. Além dela, Patrícia Freitas, filha da Vilma, a mãe dos surfistas da praia da Joaquina, também recebeu a merecida homenagem.
Catalogo ‘Surf no Brasil’ lançando no Surfestival
Durante o Surfestival, a nova edição do Catalogo ‘Surfe no Brasil’ foi lançado, agora com destaque para as ondas dos três estados do sul do país. Segundo Maurio Borges, também idealizador do catalogo, “Nada digital. É no papel, pra ler e guardar na estante, algo cada vez mais raro nos dias de hoje. E quando quiser, ver e ler novamente, tá na mão”.
Além das praias e das ondas, um pouco da história do surfe dos três estados; catarinense, paranaense e gaúcho, num material inédito. As condições para o surfe de cada pico, onde dormir, onde comer e se divertir. São 162 páginas com informações detalhadas.
“Foi muito difícil produzir essa edição. Muito!! Num momento em que o mercado e o nosso segmento está pra lá de recessivo. Muitos diretores de marketing sequer me responderam aos emails. A caminhada foi dura. Mas segui em frente…”, completa Maurio Borges.
Agora é a vez de encontrar com os personagens do surfe do Paraná, onde nesse domingo, dia 10 de dezembro, na Hop’n Roll Brew Pub em Curitiba. O Lançamento do Catalogo Surfe no Brasil terá show internacional com Colby Lee Huston, além do encontro de gerações do surfe paranaense.