Confira a estreia da coluna Lá no meu Blog, assinada pela blogueira e podcaster imbitubense Chelly Ramos. Boa leitura!
Desculpa, George!
Era uma vez uma fazenda enorme, tão enorme que podemos falar que parecia um continente, de tão grande. Na fazenda moravam vários animais: tinha pato, galinha, porco, boi, cachorro, gato, rato… Nossa, como tinha rato.
Os animais da fazenda sempre acharam que os porcos já haviam mandando um dia, mas tadinhos, os porcos nunca tiveram chance…os grandes cães que cuidavam da segurança da fazenda acabaram com tudo antes de começar o verdadeiro reinado dos porcos. Os cães de segurança eram cruéis…
E foi com muito custo que a bicharada unida deu um basta nos cães. Penaram e acertaram algumas vezes na escolha do líder da fazenda, como é normal. Mas estavam felizes escolhendo os líderes, participando mais do que nunca… Teve até uma época que parece que ninguém mais passava fome e a comida estava lá para todos (não igual, mas lá).
Mas bicho é coisa estranha, né? Aqueles que subiram um pouquinho na vida acharam que estavam no meio daqueles bichos que tinham poder e resolveram acabar com os seus míseros direitos e privilégios que conseguiram. Mas por quê? Se perguntaria alguém lúcido. Ora, se eu tenho privilégio, como vou querer que quem eu acho que está abaixo de mim também tenha?
E foi líder sendo escolhido, líder sendo derrubado e, eis que um dia (não tão belo), o grupo de bovinos da fazenda resolveu que tinha que escolher um representante para eles. E escolheram um boi? Um touro valente? Nada…a bovinada reunida foi lá e pediu para o burro da fazenda ser seu representante.
Bom, também não vamos falar que o burro era um desconhecido, né? O burro até que participava da liderança havia bastante tempo. Mas ele era tão apagadinho, tadinho, que, para aparecer, tinha que zurrar e dar coice para todo lado…
Foi uma campanha pesada. Teve muita fofoca entre os bichos. Contam que a galinha Zazap não parou um segundo de passar a diante o que ouvia. Era um cacarejo só.
Acabou que o burro foi eleito e foi uma festa. Era boi mugindo, touro dando chifrada… Agora a fazenda decola! Eles disseram.
E o burro estabeleceu-se, chamou muita gente de antigamente para ajudar. Algumas pessoas até a boiada achou estranho, mas o que é que tem? Não se pode torcer contra!
Um dia a fazenda começou a adoecer. Primeiro um lado, depois o outro e, quando se viu, toda a fazenda estava contaminada. O grupo do burro, que deveria cuidar de todos, acabou se dividindo. Uns ensinavam como os bichos tinham que se comportar, enquanto o burro achava que era não era nada, era só tosse de cachorro, logo passaria. Ele estava tão crente na sua ideia de coisinha a toa, que tentou até atrapalhar o serviço do bicho da equipe dele. E era um tal de soltar Miguel!
Mas como está a boiada nesta situação? Muito gado arrependido. Nossa! Mas também tem muito gado passando pano!
E o resto da fazenda? Tá assim, a bicharada se olha desconfiada, toda ela trancada nos celeiros, com medo do que está por vir e rezando para que o burro volte de uma vez pro curral.
Migueli – mentira, no dialeto catarinense
Beijos virtuais – que é só o que nos resta.
Chelly
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Sobre a Colunista
Richelly, Chelly, mãe, maninha, tia, Euba. Depende de quem chama. Só não atendo por Ri.
Costumo dizer que sou catarina do melhor lugar: Imbitubinha! Nascida ali na Nereu Ramos.
Bacharela em Secretariado Executivo, licenciada em Letras, doida por livros, contos e histórias.
Versão bombada da Emília nos quesitos tagarelagem e curiosidade. Metida em tudo, adoro falar de tudo e saber de tudo e, principalmente, opinar sobre tudo!