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Na coluna “Lá no meu Blog” desta semana, Chelly Ramos questiona comportamentos na sociedade imbitubense: “Não é só sobre nazismo”

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Imbituba está vivendo um momento único. Pela segunda vez, um homem se declara abertamente nazista (o que é crime no Brasil). Na primeira vez, em um grupo de WhatsApp somente com adultos. Agora, em uma sala de aula, com adolescentes.

Como professor de História, ele falar que Hittler foi um líder seria normal. Ele realmente foi um líder, mas com um ideologia absurda, eugenista e sanguinária. Falar que concorda com Hitller, porque naquela época… isso, sim, é crime. 

Mas quem convive com pessoas de Imbituba, inclusive por redes sociais, lê todos os dias comentários preconceituosos, racistas, eugenistas, homofóbicos, com intolerância religiosa e tantos outros cheios de preconceito. As pessoas só não perceberam ainda que concordam com o prefossor, porque se intitularem nazistas soa muito pesado.

Já li e ouvi nas redes sociais gente falando que quer exterminar a esquerda; defendendo estuprador, porque a mulher estuprada era prostitituta, e prostitituta pode ser estuprada; frases homofobicas, algumas em tom de piadinhas sem noção, mas outras que ameaçam a vida; a famosa “não sou racista, tenho até amigo negro”. A última que tive o desprazer de ler foi a sugestão de um crime para acabar com a população em situação de rua em Imbituba e, como sempre, aquele velho questionamento de o porquê de pobre ter tanto filho, que não deveriam ter, pois é mais gasto para o governo. 

Pode não parecer, mas são pensamentos que fazem parte dos absurdos que o nazismo prega.

Por outro lado, a fala do professor dentro de sala levou os alunos, todos adolescentes, a se manifestarem. E isso não é só lindo, é de muita importância. São jovens mostrando à sociedade que não devemos ficar passivos diante dos absurdos, que temos que lutar, porque o professor e os que falam como ele, precisam ser punidos, precisam rever seu ponto de vista, precisam se calar, entender que o que comentam e falam de forma normal é crime.

Somos todos latinos-americanos. Ter um parente europeu pode até te dar uma cidadania, se tiveres tempo e dinheiro para fazer, mas vais ser só um latino-americano com um passaporte europeu. Ser branco só te faz ter menos melanina que um negro. 

Ser homem, pelo o que a maioria está fazendo, só está sendo desculpa para passar vergonha em redes sociais. Infelizmente, algumas mulheres se encaixam nesse grupo.

Ser hetero não te coloca em superioridade alguma, só mostra que te relacionas com pessoas do gênero oposto ao teu, apesar de sabermos que que muitas vezes não, não é mesmo?

Que tal pensarmos, revermos posicionamentos e isso antes que esses crimes passem a ser denunciados? Estamos passando de todos os limites permitidos por leis e pela civilidade. E precisamos lembrar que, inclusive para Deus, já que tantos falam em nome Dele, somos, absolutamente, todos iguais.

Opinião:
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal AHora

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