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Na coluna ‘Lá no meu Blog’, Chelly Ramos reflete sobre o egoísmo que precisamos não ter durante o luto: “Algumas Saudades São Necessárias”

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Perder alguém nunca é fácil, e eu passei por uma das piores perdas. 

Perdi meu pai. Um porto seguro com quem eu podia contar nos momentos de tristeza, de preocupação; e onde eu podia compartilhar minha felicidade, alegria e viver, viver do jeito que eu sou. Porque ali eu sabia que sempre encontraria paz, aconchego, respeito, amor e carinho.

Meu pai era um homem alegre, feliz, amigo de todos. Caminhar com ele de casa ao supermercado, fazia os 3 minutos de caminhada tornarem-se 1 hora. Eu brincava que ele parecia candidato a vereador em campanha. Falava com todos, brincava com todos, sabia quem era quem e toda a árvore genealógica de cada família e lá no final, sempre dava um jeito da pessoa ser um primo distante. E assim levava uma eternidade até ele colocar os pés dentro do supermercado e continuar sua saga de falar com todo mundo. 

Era o filho atento, o amigo leal, o primo gente boa, o tio brincalhão e mais legal, que todos os sobrinhos disputavam a sua preferência. Era um marido companheiro, um pai presente e amigo, um avô babão e um sogro preocupado em paparicar nora e genro.

Mas eu não estou aqui para falar do meu pai, tudo o que eu pensava sobre ele, pude falar enquanto tivemos o prazer de conviver como pai e filha (e mãe de neta, que faz a gente levar muita bronca de avô ciumento). Quero falar sobre a saudade necessária e o egoísmo que precisamos aprender a não ter.

Durante todo esse processo, ele tinha seus dias bons, outros nem tanto e outros bem ruins, mas sempre respondendo: 

“Estou andando, está tudo bem!”, “estou vivo, está tudo bem!” 

E resolvi aproveitar meu pai, mesmo quando estava longe. Falava com ele todos os dias, estendia o quanto eu podia minhas temporadas em Imbituba para poder estar junto, porque sabia que seria por pouco tempo. Até que chegou o dia do “Maninha, o pai foi internado.” E cheguei no outro dia para ficar com ele até seus últimos dias. 

Quando se está vivendo e assistindo a partida de alguém, não é momento de pensar na gente, no que vamos sentir depois, da falta que aquela pessoa que amamos vai fazer. Quando se está assistindo a partida de alguém, é momento de mostrar para ela o seu amor, fazer com que ela saiba e sinta o quanto é amada, respeitada e importante em nossas vidas. Viver cada último momento como se realmente fosse o último, porque é. 

Então a dor vai se transformar em uma saudade, uma saudade necessária, porque maior que a dor da saudade, é a dor de ver a pessoa que amamos sofrer. E não porque é doloroso para nós, mas porque é doloroso para ela. 

Eu tento não ser egoísta. Me faço de forte. Muito! E deixei ele saber que era amado, que continuará sendo para sempre e que sua passagem aqui marcou e deixou legados. Que ele plantou sementes. E isso é o mais importante: demonstrar o amor, não ser egoísta, entender que a vida tem seu ciclo, por mais que isso possa ser cruel conosco.

Aproveite quem está ao seu lado, fale de seus sentimentos para os que precisam ouvir. Se acha a pessoa gente boa, fale para ela. Se gosta de alguém, deixe-a saber. Se ama alguém, fale alto e claro para a pessoa. Não deixe nunca para a última hora. O legal da admiração, do carinho, do amor é que sejam demonstrados enquanto podemos aproveitar o outro aqui junto da gente. 

Opinião:
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal AHora

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