Por Eduardo Rosa
Nesta última quarta-feira (19), Everton David, mais conhecido como Preto, um dos coordenadores do Movimento Garopaba Viva, lançou um alerta nas redes sociais sobre o desenvolvimento do empreendimento Surfland, apontando o que considera irregularidades em boa parte do processo de autorizações e licenças fornecidas para a construção da primeira piscina de ondas do Brasil. (CONFIRA O VÍDEO AO FINAL DA COLUNA)
Entre alguns pontos apontados por Everton, está a possível inclusão de algumas espécies da fauna do local, mas que na verdade não são predominantes da região – ou nem existem ali -, bem como a não inclusão de espécies, como o cão do mato e a garça Maria Faceira, que predominam próximo a vegetação no lado sul da Lagoa Encantada, onde o empreendimento pretende se instalar.
Subdimensionamento da rede de tratamento de esgoto, bem como, na solicitação de água a Casan, em 94%
Também mencionou o possível subdimensionamento da rede de tratamento de esgoto privado do empreendimento, bem como, a indicação do Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina – IMA -, de lançamento do excedente do esgoto da reutilização da água na lagoa Encantada, ou por tubulações na lagoa de Ibiraquera, já na cidade de Imbituba.
O coordenador do movimento Garopaba Viva também lançou o alerta sobre a quantidade de água que deverá ser utilizada pelo Surfland, alegando que a solicitação feita pelo empreendedor para a Casan – Companhia de Catarinense de Águas e Saneamento – está subdimensionada em 94% da quantidade de água a ser utilizada.
Utilização do lençol freático é a possibilidade mais provável, segundo o Garopaba Viva
Para ele, uma possibilidade é que a água seja retirada do lençol freático da região, e que apenas a ‘taxa de evaporação’ diária desta água possa abastecer um dos bairros de Garopaba. “A retirada de água de nosso lençol freático, para abastecer uma piscina de ondas, onde apenas a taxa de evaporação diária dessa piscina mensalmente, dá pra abastecer um bairro de Garopaba. Vamos deixar de dar esta água pra nossa população, pra usar numa piscina de ondas, onde Garopaba, que é a ‘Capital Catarinense de Surf’, com 12 praias para a prática de surf“.
Everton lembrou o grave problema no fornecimento de água que Garopaba, Imbituba e Paulo Lopes, municípios vizinhos, vêm passando nos últimos anos, que o Garopaba Viva vem acompanhando de perto, e chama a atenção da Prefeitura. “Como temos um grave problema de abastecimento de água na região, e a prefeitura permitindo que se faça este tipo de empreendimento em Garopaba, pra tirar a água da população“.
Ação Civil Pública a caminho: Garopaba Viva busca apoiadores
Por conta de toda esta situação, contando com a omissão do poder público, segundo Everton, o Movimento Garopaba Viva, “vai entrar com uma Ação Civil Pública contra o empreendimento Surfland“. Ele também fez questão de frisar que, “Pela legislação, quando um empreendimento deste tipo é acima de 20 hectares tem que fazer audiência pública. E o empreendedor fracionou o empreendimento em 17 hectares pra se livrar exatamente deste tipo de estudo pro empreendimento, que é outra coisa apontada pelo perito nesta documentação“.
Na descrição do vídeo o alerta do Garopaba Viva: ‘O Surfland é um empreendimento que está sendo construído em Garopaba/SC, de forma irregular. Não leva em consideração os impactos ambientais, as exigências legais, e a vontade da população que mora na região. Nós do Garopaba Viva, viemos apresentar uma outra perspectiva sobre essa situação; entendemos como urgente as audiências públicas, que preveem a nossa constituição, para que juntos, possamos decidir sobre o futuro da nossa cidade‘.
Everton aproveitou este vídeo, para convocar a participação de outras entidades e a população em forma de apoio, através do e’mail garopabaviva@gmail.com.
Link para o vídeo: