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COLUNA SURFEMAIS: AQUI É O FAROESTE CABOCLO?!!! – POR EDUARDO ROSA

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Primeiro fui chamado numa postagem. Ao fazer o primeiro comentário, fui bloqueado em seguida. Até então, não havia me manifestado sobre este sério problema que ronda  Imbituba nos últimos tempos. Estava me preparando e buscando o máximo possível de informações para argumentar. Afinal, é de Imbituba que estamos falando.

Nunca questionei a obra referida que causou tanta polêmica nesta semana, muito menos o desenvolvimento ORDENADO de nossa cidade – apesar de estarmos crescendo desordenadamente. Leis são feitas para serem cumpridas. A solicitação de alvará para a referida obra foi respondida pela Prefeitura com os requisitos ou exigências para emissão do mesmo. 

Mas, um ponto de grande importância foi ‘esquecido’ – ou não lembrado – de ser solicitado: a consulta e possíveis determinações que deveriam ser feitas à Diretoria de Cultura da cidade, já que um bem já tombado estava envolvido, no caso o místico e histórico Hotel Imbituba. Um falha grave e um descumprimento de leis municipais, já que estamos diante de um patrimônio, no mínimo, histórico de nossa cidade. Quem não é de Imbituba ou não nasceu aqui, ou não tem conhecimento, não imagina a importância histórica que este casario, o Hotel Imbituba, tem para nossa Imbituba. Falar por falar, desinformar por interesse financeiro, não é uma atitude correta neste momento. Mas em tempos de redes sociais, fácil é propagar problemas e não soluções.

A possível denúncia feita ao Ministério Público partiu de uma consulta feita por uma entidade de bairro de Imbituba – que me reservo o direito de não nomeá-la agora, e,caso alguém queira que o faça, apesar de tudo estar descrito no Inquérito Cível que já deve ter sido – ou não – instaurado no MP, fato já divulgado na ‘nota de esclarecimento à imprensa’ feito pela construtora, e isso para não causar ainda mais ‘indigestão voluntária’ em alguns indigestos nesta cidade – em que solicitava informações ao Órgão Gestor de Cultura da Cidade – o OGCult ou antiga Diretoria de Cultura – sobre alguma consulta feita sobre o antigo Hotel Imbituba, pela empresa em questão ou trâmites da prefeitura neste sentido, a qual o mesmo respondeu que isto não havia ocorrido. Tendo isto, e sendo bem sucinto, por lei o mesmo deveria ter ocorrido, e agora a empresa se apega a questões de ‘direito adquirido’, ou seja lá o que for, tendo o alvará de construção em mãos, agora suspenso, e, ao que parece não faz questão alguma de abrir um diálogo com órgão pertinente para avaliar possíveis mudanças em seu projeto, que poderiam na forma da lei, preservar de forma correta o bem já tombado pela prefeitura.

Dito isso, fico estasiado ao ver tantas pessoas vociferando desconhecimento e alardando tanta insobriedade sobre o problema em questão. Eu também não estou totalmente informado sobre o fato, mas sei do que estou falando até então. Vejo também a imprensa brigando pelo seu ‘ganha pão’, parte dela, é claro, ou contribuindo para a desinformação geral. Fato grave que vem se perpetuando ao longo dos anos em nossa cidade. Vale lembrar que a Cultura de Imbituba começou a ser organizada em 2013, quando a antiga secretaria foi criada e logo após incorporada a outra secretaria. Praticamente junto, houve a criação do Conselho de Cultura da cidade, considerado um dos mais atuantes do estado. Este é um órgão relativamente novo, que faz um excelente trabalho e de extrema importância numa cidade que vai, aos poucos, perdendo suas memórias e seus patrimônios culturais e paisagísticos, bem como tentando colaborar com a cultura de uma cidade tão rica em artistas e afins. Tendo ciência das dificuldades deste órgão, que trabalha com uma das receitas mais baixas da prefeitura – senão a menor – faz milagres com pessoas realmente interessadas no que fazem.

Não irei entrar efetivamente no mérito da questão criada nesta última semana, com áudios vazados de forma interesseira ou não, ou mesmo intencional ou não. Cada um com seus problemas, cada um acredita no que quiser. Mas, vale lembrar que o clima ficou tenso, e ainda assim, pouco ou nada referente a informação correta sobre o problema foi desmistificada pela imprensa local. A pergunta que fica é, ‘Quem quer o mal desta cidade?!! Quem realmente quer que esta cidade não cresça?!! De forma ordeira e correta, claro’.

Vi, durante a entrevista coletiva convocada pelos representantes da empresa em questão, desdenho e ofensas a imbitubenses, membros de órgãos importantes da prefeitura serem ridicularizados, e descaso parcial – quem sabe total – com leis da cidade e decisões tomadas, como se fossem reis chegando nas cercanias. 

Digo isso, pela forma como foi conduzida a entrevista e que o cerne da questão não foi discutido, ou não faziam questão de discutir, gerando mais confusão no entorno do problema. Fico pensando, se até aquele momento – ou até que ponto – o ‘corpo jurídico’ da empresa não sabia mesmo das leis e ditames para uma obra deste porte ser realizada em Imbituba. Ou a importância histórica e relevante que o Hotel Imbituba tinha para nossa cidade, e se o município não era regido por leis patrimoniais. 

Uma cidade que, mesmo pequena, tem suas leis, que precisam ser sempre analisadas, por mais ou menos importância que elas tenham, independente de quem está no poder. Nesta questão, cheguei a vislumbrar um jogo político descaradamente sendo implantado para criar o caos. E pra que?!!! Vi ditos jornalistas se digladiando e questionando a tentativa de informar a população sobre um fato. Mas, não vi coerência nas questões levantadas. Vi até discurso de descrente – ou o que quiserem imaginar – se passando por nativo. Nativo, de verdade, respeita sua cidade, sua cultura e suas leis. Aqui não é o faroeste caboclo.

Opinião:
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal AHora

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